Na manhã da última terça-feira, 15 de julho de 2025, um cenário de horror foi revelado pelas autoridades na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Um asilo clandestino, conhecido como “Lar Maria Lúcia”, localizado na Estrada dos Palmares, em Santa Cruz, foi interditado após denúncias e fiscalização de órgãos municipais. O local operava sem alvará e em total ilegalidade, submetendo seus internos a condições degradantes e violentas.
Segundo as autoridades, aproximadamente 35 idosos viviam no espaço, muitos deles em situação crítica de saúde, higiene e desnutrição. O que mais chocou os fiscais foi o relato — confirmado pelas equipes no local — de que alguns dos idosos estavam amarrados e apresentavam sinais visíveis de maus-tratos e agressões físicas. Houve registros de emagrecimento extremo, em nível cadavérico, indicando grave negligência alimentar.
A estrutura do local era precária, sem qualquer tipo de autorização legal para funcionar como abrigo ou instituição geriátrica. A equipe era absolutamente insuficiente: apenas dois cuidadores atendiam todos os internos. A ausência de profissionais qualificados, somada às condições de insalubridade e abandono, escancarou a gravidade da situação.
A operação de interdição contou com a participação de vários órgãos públicos, incluindo a Secretaria Municipal de Envelhecimento Saudável, Vigilância Sanitária, Defesa Civil, Guarda Municipal e a Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (DEAPTI). Todos os idosos foram resgatados e encaminhados para avaliação médica, sendo depois transferidos para abrigos públicos ou reintegrados às suas famílias.
O local foi autuado e lacrado. A investigação agora está sob responsabilidade da Polícia Civil, que apura crimes de maus-tratos, cárcere privado, exercício ilegal da profissão e funcionamento irregular. O responsável pela casa e os cuidadores já foram identificados e podem responder criminalmente.
A descoberta escancarou um retrato cruel da negligência institucionalizada e do desrespeito à dignidade da pessoa idosa. Moradores da região, chocados, relataram que desconfiavam do local, mas não imaginavam a gravidade.
A Prefeitura do Rio reiterou que ações de fiscalização continuarão sendo intensificadas, principalmente nas regiões mais afastadas da cidade, onde asilo clandestino é uma realidade silenciosa, porém devastadora.
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