Um estudo recente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) revelou um dado alarmante: mais da metade dos roubos de carga registrados no estado em 2024 ocorreram na Baixada Fluminense. Segundo o levantamento, impressionantes 52,5% das ocorrências desse crime se concentram na região, gerando um prejuízo estimado em R$ 325 milhões para empresas e transportadoras.
A Baixada Fluminense, que abriga importantes vias de escoamento de mercadorias, como a Rodovia Presidente Dutra e a Avenida Brasil, tornou-se o epicentro de um esquema criminoso que assola o setor de logística. Os bandidos, cada vez mais organizados, exploram a vulnerabilidade da segurança pública e utilizam táticas sofisticadas para abordar os veículos de carga.
O Impacto Econômico e Social
O roubo de cargas não é apenas um problema para as empresas transportadoras. O reflexo desse crime atinge toda a população, pois os custos das mercadorias roubadas acabam sendo repassados ao consumidor final, gerando aumento nos preços de produtos essenciais, como alimentos, medicamentos e eletrônicos. Além disso, o setor de logística precisa investir cada vez mais em segurança privada, rastreamento de veículos e seguros de alto custo, encarecendo ainda mais a operação.
A FIRJAN alerta que a insegurança nas estradas prejudica diretamente a economia do estado. Muitas empresas passaram a adotar rotas alternativas mais longas e caras, enquanto outras reduzem o volume de entregas na região, afetando a geração de empregos e o crescimento econômico local.
O Modus Operandi das Quadrilhas
Os criminosos utilizam diversas estratégias para abordar e interceptar caminhões carregados. Entre as mais comuns estão:
- Falsos bloqueios policiais, onde criminosos disfarçados de agentes de segurança fazem o motorista parar.
- Emprego de veículos velozes, que cercam e obrigam os caminhoneiros a encostarem.
- Uso de tecnologia, como escutas ilegais e aplicativos para rastrear a localização das cargas mais valiosas.
Os produtos mais visados pelos ladrões incluem alimentos, eletrodomésticos, medicamentos, combustíveis e eletrônicos, itens de fácil revenda no mercado clandestino.
O Que Pode Ser Feito?
Especialistas em segurança defendem um reforço na presença policial nas rodovias e áreas críticas, além da ampliação do monitoramento com câmeras e drones. Outra solução sugerida é a criação de um banco de dados compartilhado entre empresas, seguradoras e forças de segurança, facilitando o rastreamento de cargas roubadas e a identificação de padrões criminais.
O governo estadual, por sua vez, promete intensificar operações policiais na região e implementar novas estratégias para combater essa modalidade criminosa. Entretanto, o desafio é grande, pois as quadrilhas estão cada vez mais bem organizadas e equipadas.
Enquanto as autoridades buscam soluções eficazes, a população e o setor produtivo seguem lidando com os impactos dessa verdadeira epidemia de roubos, que ameaça a segurança e o desenvolvimento do Rio de Janeiro.



