A australiana Shannon, 25 anos, procurou sua ginecologista dois meses após dar à luz seu terceiro filho. Ela queria colocar um DIU (dispositivo intrauterino) para não engravidarnovamente, apesar de considerar ter um quarto filho mais adiante. As coisas não saíram nada bem para a mãe: a introdução do anticoncepcional hormonal falhou gravemente, ela sangrou até quase morrer, passou por três cirurgias e saiu da experiência com a notícia de que não poderá mais engravidar.
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Shannon compartilhou sua história com detalhes. Ela havia feito um exame de papanicolau três dias antes da introdução do DIU e não sentiu nada demais durante o procedimento. Até que, em casa, notou que havia um sangramento fora do normal. Ligou para a médica, que lhe orientou a ir ao pronto-socorro caso o quadro não melhorasse.
Como o sangramento não cessava, ela foi para o hospital. O que se seguiu foi assustador: ela acordou sobre poças de sangue na cama depois de uma cirurgia na madrugada. “Chamei a enfermeira. Quando vi, havia 20 pessoas da equipe no meu quarto”, contou. “Soube que estava perto da morte foi quando fiquei com muito, muito frio, tremendo incontrolavelmente, com tontura. Perdi a consciência”.
Shannon foi para a UTI e acordou quase 24 horas depois. E seguiu para a terceira cirurgia. “Não tenho certeza de quanto sangue perdi, mas a hemoglobina normal é de 140 e a minha desceu para 43. Tomei 17 unidades de bolsas de sangue com 240 ml cada”, relembra ela, que ainda descobriu que tudo poderia ter sido evitado. No hospital, ela foi informada de que a médica colocou o DIU de maneira errada. Shannon tem o colo do útero invertido, e isso não foi observado pela ginecologista. “Quando nos falamos, ela nem se desculpou. A única coisa que disse foi: ‘nossa, que sorte de termos um sistema de saúde tão bom’”.
Depois de uma semana de hospital, ela voltou para casa no domingo de Páscoa. E disse que ainda sofre de estresse pós-traumático. “Às vezes fico grata por estar viva, no momento seguinte fico com raiva por isso ter acontecido e pelo tanto que mudou a minha vida”.