Uma fábrica de picolés localizada em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, foi interditada nesta quinta-feira após fiscais da Vigilância Sanitária encontrarem uma barata dentro de um sorvete durante uma inspeção de rotina. A descoberta chocante revelou uma série de irregularidades graves no estabelecimento, levantando sérias preocupações sobre a segurança alimentar e as condições de higiene no local.
De acordo com os fiscais, a presença da barata foi apenas a ponta do iceberg. Durante a vistoria, os agentes identificaram diversas violações às normas sanitárias, incluindo rachaduras nas paredes da área de produção, acúmulo de mofo em diversos pontos da fábrica e a ausência de licença sanitária atualizada para funcionamento.
O ambiente insalubre chamou a atenção imediatamente. Segundo o relatório da fiscalização, os equipamentos utilizados na produção dos picolés apresentavam sujeira incrustada, além de haver resíduos de alimentos em decomposição próximos às áreas de manipulação. A presença de insetos e a falta de cuidados básicos com a limpeza colocavam em risco não apenas a qualidade dos produtos, mas também a saúde dos consumidores.
Moradores da região relataram que a fábrica já era conhecida por práticas questionáveis de higiene. “A gente via, de vez em quando, a porta aberta e parecia muito sujo lá dentro. Mas ninguém imaginava que fosse tão grave assim”, disse uma moradora, que preferiu não se identificar.
Após a interdição, a fábrica só poderá voltar a funcionar quando todas as irregularidades forem sanadas e uma nova vistoria for realizada. Além disso, os responsáveis foram autuados e podem responder a processos administrativos e até criminais, dependendo do andamento da investigação.
Especialistas em segurança alimentar reforçam que casos como esse são extremamente perigosos para a saúde pública. O consumo de alimentos contaminados pode causar uma série de doenças, incluindo infecções intestinais graves, intoxicações alimentares e até problemas crônicos.
A Vigilância Sanitária orienta a população a denunciar qualquer estabelecimento que apresente sinais de má conservação ou manipulação inadequada de alimentos. “A segurança alimentar começa na produção e passa pelo armazenamento, transporte e venda. Todo elo da cadeia precisa seguir as normas para garantir que o alimento chegue seguro até o consumidor”, explicou um dos fiscais responsáveis pela operação.
Esse episódio serve como um alerta não apenas para fabricantes da região, mas também para os consumidores, que devem ficar atentos à procedência dos produtos que consomem, especialmente em dias de calor, quando a demanda por sorvetes e picolés aumenta consideravelmente.
A fábrica interditada ainda não se manifestou publicamente sobre o caso. A expectativa é que novas fiscalizações sejam intensificadas em toda a região para coibir esse tipo de irregularidade e proteger a saúde da população.