Malditos millennials que se recusam a fazer tanto sexo quanto os jovens de 20 anos atrás (uma época conhecida pela história como “era do ecstasy e Liam Gallagher”), diz um novo estudo com mais de 27 mil norte-americanos.
Psicólogos do departamento de psicologia da Universidade Estadual de San Diego descobriram que, em média, adultos têm menos nove casos do que os cientistas chamaram de “hora H” do que duas décadas atrás, com uma queda marcante de – novamente, a definição científica – “trepadinha marota” entre adultos na faixa dos 50 e adultos com filhos em idade escolar. Casais que moram juntos em geral veem menos 16 pirocas ou peitos vindo em sua direção todo ano comparado com números dos anos 90.
“Esses dados mostram uma grande reversão das décadas anteriores em termos de casamento e sexo”, disse a autora do estudo Jean Twenge. “Nos anos 90, casados faziam sexo mais vezes por ano que solteiros, mas no meio dos anos 2000 isso mudou, com os solteiros fazendo mais sexo.”
E, claro, os malditos millennials – com seus espertofones; os millennials, com seus cafés cheios de frescura, com start-ups de aplicativos; esses malditos millennials, com seus brunchs, seus Instagrams; os millennials, com aplicativo de banco, seus livros sobre hygge; millennials, com essas histórias de pegging e feminismo interseccional; esses horríveis millennials, com seus pugs e Ubers e delivery de comida e Kickstarters; millennials, com suas coisas modernas, esses péssimos, péssimos millennials, não dá pra ter esperanças nesses caras – esses malditos millennials estão fazendo sua parte nessa grande seca mundial.
“Apesar da reputação de sexo casual, millennials e a geração depois deles (conhecida como iGen ou Geração Z) na verdade estão fazendo menos sexo que seus pais e avós fizeram quando eram jovens”, disse Twenge. “Isso parcialmente porque menos pessoas da Geração Z e Millennials têm parceiros estáveis.”
“Um [fator possível] para essa ‘falha no lançamento'”, o coautor Ryne Sherman disse ao Guardian, citando as descobertas da pesquisa, “muito desse declínio se deve a uma taxa menor de casamentos nos últimos anos, já que indivíduos casados fazem mais sexo consistentemente que indivíduos solteiros (a mesma tendência para pessoas que moram juntas). Além disso, aqueles com parceiros estáveis estão fazendo sexo com menos frequência”. Basicamente: ninguém mais está transando, talvez porque a maioria de nós ainda precisa morar na casa dos pais, e é difícil ficar lubrificado e pronto pra ação com dois senhores de 55 anos assistindo o jornal com o volume muito alto e comendo o que sobrou da janta pela 15ª noite consecutiva.
Aqui vão outras descobertas: pessoas na faixa dos vinte geralmente transavam mais de 80 vezes por ano (Aê!), mas isso cai para 60 vezes por ano aos 45 e para 20 vezes por ano aos 65. Se você quer mesmo a matemática por trás disso: “Para cada ano de idade depois do pico de frequência sexual aos 25, os participantes relataram transar 1,18 menos vezes por ano. Colocando de outra maneira, indivíduos acima de 25 anos fazem sexo com 96,8% tanta frequência do ano anterior (então, com cada ano depois dos 25, o número de atos sexuais por ano caiu 3,2%.)”.
Como esses estudo vai afetar você – você, acordando grogue numa cama estranha enquanto o sol de março inunda o quarto através das cortinas, com aquele match do Tinder que você chamou à 1 da madrugada dizendo “tá dormindo?” deitado do seu lado, nu e roncando num alegre sono pós-coito, bateria a 6%, que você sabe por experiência que não é o suficiente para chamar um Uber e ele chegar antes do seu celular morrer, então você vai ter que pegar o ônibus; e seu nariz dói, sua boca dói, seu corpo inteiro dói, sua cabeça dói e você está com uma camisinha colada nas costas, e você sente um vazio por dentro, e sede, mas principalmente vazio, tipo uma sensação de insatisfação até o osso? Difícil dizer. Provavelmente não muito.