A morte do Papa Francisco, líder máximo da Igreja Católica, abalou o mundo e mobilizou uma cobertura intensa da imprensa internacional. No entanto, uma decisão polêmica partiu dos bastidores de uma das maiores emissoras de televisão do Brasil. A Record TV, pertencente ao bispo Edir Macedo e ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, foi orientada a não dar grande destaque ao falecimento do pontífice.
A ordem teria partido do próprio Edir Macedo, fundador e líder da Igreja Universal. Segundo fontes internas, o bispo determinou que a cobertura sobre a morte do Papa fosse reduzida ao mínimo necessário, contrariando a expectativa de um espaço editorial mais amplo, condizente com a relevância do líder católico no cenário global.
A atitude gerou críticas nas redes sociais e reacendeu debates sobre a interferência religiosa nas linhas editoriais de emissoras de TV no Brasil. Para muitos, trata-se de um desrespeito com os milhões de fiéis católicos do país, que esperavam uma cobertura informativa mais robusta diante da perda de uma figura tão significativa.
Enquanto outras emissoras dedicaram programas especiais, análises históricas e transmissões ao vivo sobre o legado de Francisco, a Record seguiu sua programação com discretas menções ao fato. A escolha da emissora reforça a rivalidade histórica entre algumas vertentes do protestantismo neopentecostal e a Igreja Católica, principalmente no campo da comunicação e influência social.
Apesar das críticas, a Record não se pronunciou oficialmente sobre o motivo da cobertura reduzida. Nos bastidores, acredita-se que a decisão teve como base a visão ideológica e religiosa de Edir Macedo, que já manifestou em diversas ocasiões sua oposição à doutrina católica.
A decisão evidencia, mais uma vez, como interesses religiosos podem moldar o noticiário de grandes veículos de comunicação no país.