Um estudo de grande impacto realizado por três instituições de peso — a Universidade de Barcelona, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) — revelou que o programa Bolsa Família teve um papel decisivo na preservação da vida de milhares de brasileiros. Entre os anos de 2004 e 2019, o benefício social foi responsável por evitar mais de 700 mil mortes e mais de 8 milhões de hospitalizações em todo o país.
A pesquisa analisou dados de saúde pública, mortalidade e hospitalizações ao longo de 15 anos, cruzando essas informações com a abrangência e o valor do Bolsa Família nos diferentes estados e municípios brasileiros. Os pesquisadores concluíram que, ao garantir uma renda mínima às famílias em situação de vulnerabilidade, o programa teve efeitos diretos na melhora da alimentação, no acesso a cuidados médicos e na redução da pobreza extrema — fatores diretamente ligados à saúde da população.
Segundo os autores, o impacto do Bolsa Família foi ainda mais expressivo em regiões historicamente mais pobres, como o Norte e o Nordeste do Brasil. Nessas localidades, a redução nas taxas de mortalidade infantil e de internações hospitalares foi ainda mais significativa.
O estudo reforça a importância de políticas públicas de transferência de renda como instrumentos eficazes de combate às desigualdades sociais e melhoria da qualidade de vida. Além disso, evidencia que o investimento em programas sociais não é apenas uma questão de assistência, mas também de saúde pública e desenvolvimento.
A pesquisa traz uma mensagem clara: cortar ou reduzir esse tipo de benefício pode custar vidas. O Bolsa Família não apenas combate a fome — ele salva vidas.