A crise política brasileira ganhou um novo e grave capítulo nesta terça-feira, 17 de junho de 2025. A Polícia Federal concluiu o inquérito conhecido como “Abin Paralela” e indiciou formalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem, o vereador Carlos Bolsonaro e outras mais de 30 pessoas por envolvimento em um esquema ilegal de espionagem e manipulação política.
O relatório, que já foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), traz revelações explosivas sobre o suposto uso criminoso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro. Segundo a PF, a estrutura do órgão teria sido transformada em uma verdadeira máquina clandestina de vigilância e guerra política digital.
📂 O que diz o inquérito da PF
De acordo com o documento, foi constituída uma organização criminosa dentro da Abin com o objetivo de realizar espionagem ilegal de autoridades e adversários políticos. O esquema teria utilizado o software de espionagem israelense “First Mile” para invadir, monitorar e rastrear milhares de celulares, incluindo os de ministros do STF, jornalistas, políticos e até membros do próprio governo.
Além disso, a investigação apontou o envolvimento direto do chamado “gabinete do ódio”, comandado por Carlos Bolsonaro, na produção e disseminação de conteúdo falso e manipulado nas redes sociais com fins eleitorais e de ataque a opositores.
Uma das provas mais contundentes mencionadas no relatório é a existência de um áudio gravado clandestinamente em agosto de 2020, no qual Bolsonaro e Ramagem discutem estratégias para blindar o senador Flávio Bolsonaro das investigações do Ministério Público sobre rachadinhas e lavagem de dinheiro.
⚖️ E agora? Caminho até o STF
Com a conclusão do inquérito, o próximo passo cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR), que tem o prazo de 15 dias para analisar o relatório. A PGR pode oferecer denúncia formal ao STF ou solicitar diligências complementares. Caso a denúncia seja acolhida pelo Supremo, Bolsonaro, Ramagem, Carlos e os demais indiciados se tornarão réus em ação penal.
🗣️ Defesas e reações
Em nota, os advogados de Jair Bolsonaro afirmaram que o indiciamento tem “viés político”, especialmente às vésperas das eleições de 2026, nas quais o ex-presidente deve tentar um retorno à presidência. A defesa de Carlos Bolsonaro também classificou as acusações como “infundadas e persecutórias”.
Já a Abin, em comunicado oficial, afirmou apenas que “está à disposição das autoridades competentes” e não irá comentar o conteúdo do inquérito.
🔎 Conclusão
O indiciamento histórico de um ex-presidente e de figuras centrais do governo por crimes de espionagem e formação de quadrilha lança uma sombra sobre a cena política nacional. Cabe agora à PGR decidir se o caso seguirá para o STF — e se o Brasil verá Jair Bolsonaro sentado no banco dos réus.
Acompanhe os próximos capítulos dessa investigação que pode mudar os rumos da política brasileira em 2026.