A flexibilização do isolamento no Estado do Rio já tem uma consequência visível: o aumento de aglomerações nas ruas. Durante o fim de semana, o carioca foia bares, áreas de lazer e praias e muitos contrariaram a regra do uso obrigatório de máscaras. Entre eles, até bombeiros em serviço.
Em nota,a corporação diz seguir as diretrizes das autoridades de Saúde e que “desde o início da quarentena no estado, vem tomando medidas preventivas necessárias para garantir a preservação da saúde dos militares e da população”.
Já nas praias, a população mais uma vez contrariou a proibição de permanência na faixa de areia e lotou trechos das praias do Pepê,na Barra; e do Pontal, no Recreio, na Zona Oeste.Com uma faixa de areia menor,a Praia do Pontal era a que apresentava maior aglomeração.
Flexibilização
Embora especialistas ainda considerem cedo para bater o martelo sobre o impacto da flexibilização na curva de contágio, algumas cidades no interior do estado já estão recuando face ao aumento de casos. Em Rio das Ostras, na Região dos Lagos, a prefeitura decidiu restringir algumas atividades que já haviam sido liberadas para o funcionamento, após registrar aumento do número de casos e óbitos por coronavírus nos últimos 15 dias.
No Sul Fluminense, a Prefeitura de Volta Redonda também voltou a fechar, por 10 dias, a Praça da Colina, uma das mais populares da cidade,após cenas de aglomeração.
Média móvel
De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde, a média móvel de mortes por covid-19 vem crescendo nos últimos 4 dias. No sábado, o número chegou a 127 vítimas pelo novo coronavírus. O número é o maior desde o dia 3 de julho, quando o registro era de 130 vítimas.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a média móvel de sábado bateu recorde de 1.097 óbitos no País. O médico sanitarista Daniel Soranz acredita, porém, que é cedo para apontar o dedo para a flexibilização como responsável por esse aumento, mas a variação de casos reforça a necessidade de cuidados básicos.
“Os números mostram que existe uma elevação em relação às duas últimas semanas, mas ainda é um número muito abaixo em relação ao que aconteceu no mês de maio, quando houve o pico da doença”, disse o especialista.
Parques
A orientação do médico e das autoridades, no entanto, não vem sendo seguida pela população. Ontem, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, O DIA flagrou aglomerações e grupos sem máscara aproveitando o últimos momentos do fim de semana .
Reaberto há três semanas, a Quinta da Boa Vista foi palco de cenas de desrespeito às regras de isolamento, no fim de semana. Ontem à tarde, a reportagem presenciou aglomerações e grupos sem máscaras. O problema se agravava pela falta de fiscalização. Ao longo de cerca de duas horas, nenhuma patrulha foi vista pela reportagem.
Reaberto há três semanas, a Quinta da Boa Vista foi palco de cenas de desrespeito às regras de isolamento, no fim de semana. Ontem à tarde, a reportagem presenciou aglomerações e grupos sem máscaras. O problema se agravava pela falta de fiscalização. Ao longo de cerca de duas horas, nenhuma patrulha foi vista pela reportagem.
Apesar da maioria das pessoas sem máscara, alguns se esforçavam para dar o bom exemplo. “Todos viemos de máscara, inclusive o meu pequeno de 2 anos. É o mínimo, por mim, por ele e por todos. Não custa”, disse, Ivonaldo Batista, 43, que mora no Vidigal, Zona Sul. Questionada sobre a fiscalização na Quinta da Boa Vista, a Guarda Municipal, responsável por atuar na área do parque, esclareceu apenas que até o dia 20 de julho foram aplicadas 2.692 multas sanitárias na cidade, sendo cerca de 1.966 pela falta do uso de máscaras, incluindo autuações feitas no parque localizado em São Cristóvão.