Brasília amanheceu em clima de tensão política nesta segunda-feira (29), com os holofotes voltados para a Praça dos Três Poderes. Às 16h, o ministro Edson Fachin tomou posse como o novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), em um ato que promete marcar os próximos dois anos do cenário jurídico e político brasileiro. Ao seu lado, ninguém menos que Alexandre de Moraes, que agora assume a vice-presidência da mais alta Corte do país.
A cerimônia, que acontece em meio a expectativas e especulações, reúne a cúpula da República. Entre os convidados estão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin, além de Hugo Motta, presidente da Câmara, e Davi Alcolumbre, presidente do Senado. O peso político da solenidade evidencia que o comando do STF nunca esteve tão em evidência quanto agora.
Curiosamente, Fachin dispensou a tradicional festa de posse, geralmente patrocinada por associações de magistrados. O gesto, interpretado por muitos como um sinal de austeridade, também é visto como um recado: sua gestão deverá ser marcada por discrição e menos holofotes. Mas os bastidores da política sabem que cada decisão do STF tem poder explosivo sobre o país.
O ministro sucede Luís Roberto Barroso, encerrando um mandato conturbado e cheio de embates. A eleição que garantiu a Fachin a presidência foi simbólica, respeitando o critério de antiguidade previsto no regimento interno: cabe ao ministro mais antigo que ainda não ocupou a função assumir o cargo.
Apesar de sua postura conhecida como mais contida e avessa a declarações polêmicas, Fachin não terá sossego. Logo na primeira sessão sob seu comando, marcada para a próxima quarta-feira (1º), o STF julgará um dos temas mais polêmicos da atualidade: o vínculo empregatício de motoristas e entregadores de aplicativos, a chamada “uberização”. Uma decisão que poderá transformar completamente o mercado de trabalho e mexer com milhões de brasileiros.
O currículo de Fachin fala por si: indicado por Dilma Rousseff em 2015, já foi relator de casos que incendiaram o país, como a Lava Jato, o marco temporal das terras indígenas e a ADPF das Favelas. Nascido em Rondinha (RS), construiu carreira no Paraná e se formou na tradicional Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Já o vice-presidente, Alexandre de Moraes, dispensa apresentações. Formado pela USP, ex-ministro da Justiça e relator de investigações decisivas, Moraes é visto como um dos homens mais influentes e temidos da República.
Com essa dupla no comando, os próximos anos no STF prometem ser de tensão máxima, decisões históricas e impactos diretos na vida de milhões de brasileiros. O país inteiro observa, com expectativa — e apreensão — o início de uma nova era no Supremo Tribunal Federal.
👉 E agora? Fachin e Moraes conseguirão manter a Corte estável ou o Brasil viverá novos choques institucionais? O relógio da história já começou a contar!