O presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a causar tensão no cenário internacional ao responder com ironia às declarações do presidente da França, Emmanuel Macron, sobre a proteção nuclear da Europa. Macron havia sugerido recentemente que a França poderia colocar seu arsenal nuclear à disposição de outros países europeus, caso a segurança do continente fosse ameaçada.
A fala de Macron, embora vista por alguns analistas como uma tentativa de demonstrar força e liderança em meio à crescente instabilidade global, foi recebida com deboche por Putin. O líder russo, conhecido por suas provocações diretas ao Ocidente, classificou a proposta francesa como “irrelevante” diante do poderio nuclear da Rússia.
Em tom sarcástico, Putin afirmou que a capacidade nuclear da França, somada à de seus aliados europeus, seria “insignificante” em comparação com o arsenal russo. Ele sugeriu que, em um cenário de confronto nuclear real, a proteção oferecida por Macron seria “inútil” e não passaria de um gesto simbólico para agradar aos parceiros da União Europeia e à opinião pública interna.
“Eles querem brincar de potências nucleares, mas esquecem que a Rússia é a maior potência nuclear do planeta. Nossos mísseis, nossa tecnologia e nossa capacidade de resposta tornam qualquer tentativa francesa de liderar a defesa nuclear da Europa uma piada perigosa”, disse Putin durante uma entrevista transmitida pela TV estatal russa.
A declaração de Macron foi feita em meio ao aumento da pressão sobre os países europeus para reforçarem suas defesas diante da guerra na Ucrânia e das ameaças constantes de Moscou. Com os Estados Unidos cada vez mais focados em suas próprias questões internas e com a eleição americana se aproximando, Macron busca se posicionar como um líder capaz de guiar a Europa em assuntos de defesa, incluindo a dissuasão nuclear.
Especialistas apontam que a França possui, de fato, um arsenal nuclear considerável, com aproximadamente 290 ogivas. No entanto, esse número é pequeno perto do arsenal russo, estimado em mais de 6.000 ogivas nucleares. Além disso, o alcance e a tecnologia dos mísseis russos são reconhecidos como superiores em diversos aspectos.
Putin aproveitou a oportunidade para reforçar sua narrativa de que a Europa é dependente militarmente dos Estados Unidos e que qualquer tentativa de criar uma defesa autônoma, liderada por Paris, seria “descoordenada e frágil”.
A troca de provocações entre Macron e Putin ocorre em um momento sensível, quando a Europa debate o aumento de seus orçamentos de defesa e a possibilidade de criação de uma estratégia nuclear conjunta, algo que divide opiniões entre os países-membros da União Europeia.
Enquanto Macron tenta se firmar como líder militar do continente, Putin faz questão de lembrar ao mundo que, no jogo do apocalipse nuclear, Moscou ainda dita as regras