Nesta sexta-feira, 05/04, o ex-governador do Rio, Sergio Cabral (MDB/Bangu), apontou o dedo de seta adoidado e está entregando os irmãos. Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, Cabral disse que a propina da Fetranspor na ALERJ começou no governo Moreira Franco, passou por Brizola, Garotinho, Rosinha e, claro, o dele e de Pezão.
“Moreira Franco é o governador, em 1987 e em 1990 é feita a recuperação das empresas [de transporte]. Cria-se na Alerj a primeira propina instituída para o deputado Gilberto Rodrigues, presidente da Alerj e, do ponto de vista jurídico, o procurador de Justiça [do Ministério Público] Carlo Navega dava soluções jurídicas na volta às suas mãos particulares. Ele colaborou com o retorno das empresas às mãos [dos empresários], e recebia junto com o governador Moreira Franco e [com o deputado] Gilberto Rodrigues, junto com o deputado Claudio Moacir, e membros do Tribunal de Justiça
Cabral assumiu que passou a administrar a Caixinha da Fetranspor a partir de 1995:
“ Em fevereiro de 95 fui eleito presidente da Alerj então passo a administrar a caixinha da Fetranspor. O responsável pela distribuição da propina do Executivo foi o secretário de fazenda da época “
Disse que Garotinho comprou uma emissora no Sul Fluminense e que este é proprietário do jornal Diário em Campos:
“Com o dinheiro da Fetranspor, Garotinho comprou a TV Band no Sul Fluminense. Usa uma pessoa chamada Mauro como um testa de ferro, tem um jornal O Diário, que é do Mauro mas na verdade é dele (Garotinho), e eu continuo presidente da Alerj cuidando da caixinha da Fetranspor nesse período “
E quando seu nome surgiu como potencial candidato a governador do Rio, em 2003, ele passou a receber de Picciani uma caixinha de R$ 200 a R$ 300 mil para se manter como candidata em 2006. E ainda levou um castigo, por ser a favor da gratuidade a passageiros, ficou um tempo sem receber:
“Em 2006 me elejo governador. Na campanha de 2006, a Fetranspor me deu cerca de R$ 5 milhões, somando primeiro e segundo turno. Jorge Picciani se reelege presidente da Alerj, onde continua administrando o caixa da Fetranspor. Havia muita reclamação dos deputados na época do Picciani: ‘Ah, não está dando todo mês, não tô recebendo’. Minha filosofia era: ‘É um regime presidencial e é com ele que eu trato, não perguntava quanto recebia mas tinha a informação de que recebia R$ 1 milhão por mês, mas não sei quanto dava para cada um. Para o Executivo eram R$ 420 mil por mês.”
<