Um vídeo que circula nas redes sócias está deixando motoristas estarrecidos e demonstra as falhas do estado na fiscalização de veículos que circulam em péssimo estado de conservação pelo Rio. As imagens, feitas por outro motorista, no Viaduto de Campo Grande, na Zona Oeste, mostram o Chevette marrom, placa KTQ-9469, de São Gonçalo, transitando com a lataria completamente deteriorada. No momento em que o trânsito para, o condutor chega a colocar os pés no asfalto, através de um buraco no piso do automóvel.
“Se eu contar ninguém acredita. Olha lá onde está o pezinho dele!. É o carro dos Flintstones (série de televisão animada que foi exibida de 1960 a 1966 e criada por William Hanna e Joseph Barbera, que retratava o cotidiano de uma família de classe média da Idade da Pedra, cujo carro tinha os próprios pés dos passageiros como freios) no viaduto de Campo Grande. Alá o pezinho. Tá fincado no chão. Parou, descansa o pé… Quando o trânsito anda, ele tem que levantar o pé pra botar na embreagem”, narrou, mal acreditando no que estava vendo, o motorista ao lado.
Pertencente a um morador de São Gonçalo, o veículo, conforme o sistema do Detran a que o DIA teve acesso, só tem uma multa pendente, de 2006, justamente por não efetuar o registro de propriedade de veículo dentro do prazo (administrativa, no valor de R$ 127,69), constando 2013 como o último ano de vistoria feira no órgão. Embora o vídeo esteja sendo motivo de chacotas na internet, especialistas no trânsito se disseram preocupados.
“Esse vídeo não é para ninguém rir e, sim, para chorar. Esse cidadão está colocando a vida dele própria, e de terceiros, em risco de morte. Era melhor se ele (o motorista do Chevette), estivesse numa charrete, onde um burro seria melhor controlado por esse irresponsável”, desabafou o presidente da ONG Trânsito Amigo, Fernando Diniz. “Esse vídeo é o retrato das falhas que ainda existem na fiscalização de trânsito, que deveria fazer cumprir as leis, e da apatia de parte da população ainda resistente à mudanças de comportamento”, completou Diniz, advertindo que o tripé leis, fiscalização e justiça, ainda estão longe de serem cumpridas integralmente.