Em uma reviravolta chocante no caso do assassinato de Marielle Franco, o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, foi preso nesta manhã sob suspeita de envolvimento no caso. Durante o período crucial das investigações, entre março e dezembro de 2018, Barbosa esteve no centro das operações, num momento em que o Rio de Janeiro estava sob a lente da intervenção federal.
Barbosa, detido em sua residência localizada num condomínio em Jacarepaguá, é acusado de introduzir uma testemunha falsa no processo, uma manobra que desviou significativamente o curso das investigações. Ele encaminhou ao então responsável pela Delegacia de Homicídios da Capital, Giniton Lages, informações sobre a existência de uma suposta testemunha, fornecidas por três delegados da Polícia Federal. Esta “testemunha” afirmava ter conhecimento direto de um planejamento entre Orlando Oliveira de Araújo e o vereador Marcello Siciliano para assassinar Marielle Franco. No entanto, esta alegação foi posteriormente desmentida pela própria Polícia Federal, em um trabalho investigativo paralelo.
Este episódio, conhecido como “investigação da investigação”, desvendou a natureza fraudulenta da participação da testemunha, identificada como o policial militar Rodrigo Ferreira, também chamado de Ferreirinha. O que inicialmente parecia ser uma pista promissora no caso da morte de Marielle e de seu motorista Anderson Gomes, se revelou uma fabricação que atrasou a justiça.
Seis anos após o trágico evento, ainda estamos à espera de respostas completas. Os executores do crime foram capturados, mas a busca pelo mandante prossegue. Com a prisão de Rivaldo Barbosa, surge uma nova esperança de avanço nas investigações. A atual liderança do Ministério da Justiça, sob o comando de Flávio Dino, agora ministro do Supremo Tribunal Federal, prometeu avanços significativos no caso, indicando uma potencial revelação sobre os mandantes do crime em um futuro próximo.
O caso Marielle Franco, que se estende por anos com suas complexas reviravoltas e revelações surpreendentes, continua a desafiar a nação brasileira, demandando justiça e transparência em um dos crimes políticos mais emblemáticos do país.