Uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro resultou em uma descoberta macabra na cidade de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Agentes localizaram um cemitério clandestino que, segundo as investigações, estaria sendo utilizado por uma facção criminosa para ocultar corpos de vítimas do tráfico de drogas na região.
Até o momento, oito corpos foram encontrados em diferentes estágios de decomposição. O terreno, de difícil acesso e cercado por mata fechada, fica em uma área dominada por criminosos e foi identificado após denúncias anônimas que apontavam o local como ponto de desova de desaparecidos.
De acordo com os investigadores, a suspeita é de que o local esteja sendo utilizado há meses como uma espécie de “tribunal do crime”, onde pessoas julgadas e condenadas por traficantes são executadas e enterradas. A polícia acredita que o número de vítimas pode ser ainda maior, já que as buscas continuam com o apoio de cães farejadores e equipes de peritos.
As identidades dos corpos ainda estão sendo analisadas pelo Instituto Médico Legal (IML), mas há indícios de que entre as vítimas estejam moradores da própria região que estavam desaparecidos há semanas. Parentes de pessoas desaparecidas foram até o local em busca de informações e vivem momentos de angústia e desespero.
Moradores da região relatam que o medo é constante e que a presença do tráfico transformou a rotina de quem vive em Belford Roxo. “A gente vive sob o comando deles. Ninguém pode falar nada. Agora, com essa descoberta, só reforça o terror que a gente já sente”, disse uma moradora que preferiu não se identificar.
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense segue investigando o caso. A polícia também apura se há envolvimento de milicianos e promete intensificar operações na região.
Esse caso reforça a gravidade da crise de segurança pública em áreas dominadas por facções criminosas e o desafio das autoridades em combater o poder paralelo que ainda impera em muitas comunidades.