Na manhã desta segunda-feira (24), a Polícia Civil realizou uma operação bem-sucedida que resultou na prisão de Franklin Sampaio de Moura Maciel, vulgo “Frank”, apontado como o atual chefe da milícia da comunidade de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A prisão foi efetuada por agentes da 14ª DP (Leblon), que monitoravam o criminoso há pelo menos duas semanas.
Franklin foi localizado no Condomínio Floresta, em Rio das Pedras, onde foi flagrado portando uma pistola Glock, de uso restrito. A investigação policial revela que ele seria o sucessor de Taillon Alcântara Pereira Barbosa, vulgo “Taillon”, que atualmente cumpre pena em um presídio federal ao lado de outro notório miliciano, Zinho.
Sucessão na Milícia e o Poder Paralelo
Segundo as autoridades, Franklin era responsável pela arrecadação de dinheiro proveniente de extorsões e taxas ilegais impostas a comerciantes e moradores da região. Esse montante era distribuído entre os integrantes da milícia que estão presos no Complexo Penitenciário de Bangu.
A história de Franklin se mistura com a do crime organizado em Rio das Pedras. Ele é filho de Francisco Luis Alves Maciel, vulgo “Índio”, uma das figuras mais influentes da milícia na década de 1980. Índio foi um dos responsáveis pela transição da chamada “polícia mineira” para a milícia, ampliando o domínio da organização criminosa sobre serviços clandestinos na região. Com isso, a quadrilha passou a exercer controle absoluto sobre o transporte alternativo de vans, além de monopolizar a compra e venda de imóveis, construções ilegais e a grilagem de terras.
A Queda do Novo Chefão
A prisão de Franklin representa um duro golpe para a estrutura da milícia em Rio das Pedras. Além da posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, ele também foi alvo de um mandado de prisão por organização criminosa.
De acordo com a polícia, a investigação que levou à sua captura ainda está em andamento, e novas prisões podem ocorrer nos próximos dias. A operação faz parte de um esforço contínuo das forças de segurança para desmantelar o esquema miliciano que domina diversas regiões da capital fluminense.
Com a prisão de Franklin, as autoridades esperam desarticular parte da estrutura financeira da milícia, que se sustenta através da exploração criminosa de serviços e do terror imposto sobre os moradores e comerciantes locais.
A Polícia Civil segue com as investigações para identificar outros envolvidos e está atenta a possíveis movimentações dentro do grupo criminoso para nomear um novo líder. O objetivo é impedir que a organização se reestruture e continue a operar na região.