Um misto de dor, alívio e comoção tomou conta da Zona Sul do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (15), após a confirmação de que o corpo encontrado na Praia de São Conrado pertence ao adolescente Paulo Ricardo, de apenas 15 anos. O jovem estava desaparecido desde a última quarta-feira (10), quando entrou no mar do Leme e não foi mais visto.
A descoberta do corpo encerra dias de angústia e busca incansável da família, que mobilizou parentes, amigos e até mesmo moradores locais em correntes de solidariedade. Foi um tio da vítima quem reconheceu os primeiros sinais: marcas características na perna direita do adolescente, que confirmaram tratar-se de Paulo.
O corpo foi recolhido por equipes do Corpo de Bombeiros e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde passará por reconhecimento oficial nesta terça-feira (16). Apesar da confirmação informal feita pela família, o laudo pericial é o procedimento legal necessário para atestar a identidade de forma definitiva.
Dias de sofrimento e buscas intensas
Desde o desaparecimento, mergulhadores dos bombeiros e equipes de resgate trabalharam sem cessar na orla carioca. As correntes marítimas, no entanto, dificultaram as operações, arrastando o corpo do Leme até São Conrado, uma distância de vários quilômetros. O mar agitado nos últimos dias contribuiu para ampliar ainda mais o drama.
Familiares permaneceram diariamente nas praias, em vigílias de esperança, aguardando qualquer notícia. A confirmação nesta segunda trouxe alívio em meio ao luto, já que a incerteza transformava cada hora em um sofrimento ainda maior.
Impacto e alerta
A tragédia reacende o debate sobre os riscos das praias cariocas, especialmente em períodos de ressaca. Apesar de serem pontos turísticos e de lazer, as águas do Leme e de São Conrado são conhecidas pelas fortes correntes e ondas traiçoeiras. Especialistas alertam para a necessidade de mais sinalização e campanhas educativas sobre segurança no mar, principalmente para jovens e banhistas inexperientes.
Luto e despedida
A família de Paulo Ricardo, em choque, pediu respeito neste momento de dor. Amigos do adolescente também se manifestaram nas redes sociais, lamentando a perda precoce de um jovem cheio de sonhos interrompidos.
O corpo será liberado após os trâmites no IML, quando a família decidirá detalhes sobre o velório e o enterro.
A tragédia de Paulo Ricardo se junta a outras histórias que evidenciam a força e, ao mesmo tempo, a crueldade do mar. O episódio deixa uma ferida aberta na Zona Sul e serve como duro lembrete de que, em meio à beleza das praias cariocas, o perigo pode estar sempre à espreita.