Um caso inusitado e preocupante está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro: o desaparecimento do corpo de uma mulher sepultada há sete meses no Cemitério Municipal São Miguel, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. A situação veio à tona na semana passada, quando o túmulo foi aberto a pedido da família e, para o choque de todos, o caixão estava vazio.
Gilbert Tavares da Matta, filho da falecida, contou que sua mãe havia sido enterrada no local há sete meses, após falecer por causas naturais. Ele afirma ter acompanhado todo o processo de sepultamento e que nunca imaginaria se deparar com essa situação dolorosa e revoltante.
“Quando abriram o túmulo, o caixão estava intacto, mas totalmente vazio. Não havia nenhum sinal do corpo da minha mãe. A dor de perder alguém já é imensa, mas reviver tudo isso com essa falta de respeito e mistério é indescritível”, relatou Gilbert, visivelmente abalado.
Após a descoberta, a família registrou ocorrência e a Delegacia de Neves (73ª DP) abriu inquérito para investigar o sumiço do corpo. A administração do cemitério foi intimada a prestar esclarecimentos, e a polícia trabalha com diversas hipóteses, incluindo erro de sepultamento, violação de túmulo, tráfico de restos mortais ou até mesmo a possibilidade de o corpo ter sido enterrado em outro local por engano.
A perícia já foi realizada no túmulo e imagens de câmeras de segurança próximas estão sendo analisadas. A Prefeitura de São Gonçalo informou, em nota, que colabora com as investigações e determinou a apuração interna sobre o funcionamento do cemitério e os registros do enterro feito na data mencionada.
O caso causou comoção entre moradores da cidade e levantou debates sobre a segurança e fiscalização nos cemitérios públicos do estado. Moradores relataram outros episódios de desorganização no local, como túmulos sem identificação, restos mortais fora de lugar e dificuldades para localizar registros de enterros antigos.
“É preciso respeito com os mortos e com as famílias. A dor do luto não pode ser aumentada por esse tipo de descaso”, declarou uma moradora da região, que preferiu não se identificar.
Enquanto a investigação segue em curso, a família de Gilbert vive um segundo luto, agora em busca de respostas sobre o paradeiro da mãe e justiça diante de um caso tão perturbador quanto misterioso.