miliciano conhecido como Carlinhos Três Pontes, morto em operação da Polícia Civil no Rio na manhã desta sexta-feira, era considerado um elo entre a milícia e o tráfico de drogas. A investigação o apontava como o maior miliciano vivo no Estado.
Diferentemente de seus antecessores à frente do grupo paramilitar conhecido como Liga da Justiça, ele não era ex-policial. Pelo contrário, tinha sido membro do tráfico. Justamente por isso, uniu os dois grupos criminosos.
“O foco dele no crime era abrangente. Além da Zona Oeste, já havia expansão para a Baixada e para o Norte Fluminense. A atuação era muito difusa. A investigação comprova que, além da milícia, atuava junto ao tráfico de drogas”, afirmou Rivaldo Barbosa.
Com isso, o miliciano expandiu os negócios que aconteciam somente na região da milícia – como venda de gás e transporte irregular – também para a área do tráfico. E passou a permitir também a venda de drogas na área de milícia.
“Tinha uma visão empresarial, alargando seu território e seus negócios”, resume Barbosa.
De acordo com os policiais, a milícia já vinha se especializando e auxiliando na organização criminosa de roubos de cargas – que era um dos principais negócios de uma das facções criminosas.
Carlinhos foi encontrado na casa de uma de suas namoradas. Lá, segundo a polícia, ele não tinha a colaboração de seguranças por se sentir mais à vontade. Durante a operação houve luta corporal, resistência à prisão e por isso ele teria sido baleado.
Líder de mílicia era ex-traficante
Após as prisões de grandes líderes da maior milícia da Zona Oeste, como Ricardo Teixeira Cruz, o Batman, Toni Ângelo de Souza Aguiar e Marcos José de Lima Gomes, o Gão, todos ex-policiais, alguns nomes passaram a ser cogitados para assumir o comando. Um deles era o ex-traficante Carlinhos Três Pontes, que conseguiu ganhar prestígio entre os milicianos após tomar a favela Três Pontes do tráfico.
FONTE: O GLOBO