Uma operação policial realizada na manhã desta quinta-feira (10) transformou a região do Chapadão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, em um verdadeiro cenário de guerra. Em uma ação ousada e violenta, criminosos sequestraram sete ônibus e os usaram como barricadas para dificultar o avanço da Polícia Militar durante a incursão na comunidade.
A operação, conduzida por equipes do 41º BPM (Irajá), tinha como objetivo reprimir o tráfico de drogas e cumprir mandados de prisão. No entanto, ao entrarem no território, os agentes foram surpreendidos por uma reação imediata e agressiva dos criminosos, que tomaram o controle de veículos de transporte público e os posicionaram em pontos estratégicos da comunidade, formando bloqueios para impedir o acesso das forças de segurança.
Moradores relataram momentos de pânico e correria. Muitos estavam indo trabalhar ou levando crianças à escola quando o confronto começou. “Acordamos com muitos tiros. Foi desesperador ver os ônibus sendo usados como barreiras. É um absurdo a população ficar no meio disso tudo”, contou uma moradora que preferiu não se identificar.
Durante o intenso tiroteio, dois suspeitos foram baleados e socorridos ao Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes. Não há informações atualizadas sobre o estado de saúde deles. Um terceiro suspeito foi preso e encaminhado à delegacia para averiguação.
Apesar da gravidade do ocorrido, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que nenhum policial ficou ferido na ação. Os ônibus sequestrados foram recuperados após a estabilização da área, mas os veículos sofreram danos e precisarão passar por avaliação técnica para voltar à operação.
Em nota, o Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Ônibus) repudiou o uso dos veículos como instrumentos de guerra e pediu providências urgentes das autoridades para garantir a segurança de passageiros, motoristas e cobradores que circulam em áreas de risco.
A Polícia Militar segue com ações intensificadas na região para evitar novas investidas do tráfico e garantir o retorno da normalidade. O clima na comunidade, no entanto, ainda é de tensão e medo.
O sequestro de veículos de transporte público como barricadas tem se tornado uma estratégia recorrente em comunidades dominadas pelo tráfico de drogas, principalmente quando há operações policiais em andamento. A prática coloca em risco a vida de centenas de pessoas e evidencia a fragilidade da segurança pública em áreas conflagradas da capital fluminense.
As investigações continuam para identificar todos os envolvidos na ação criminosa e esclarecer os detalhes da operação. A população local pede mais segurança e proteção, enquanto familiares de trabalhadores do transporte coletivo protestam por justiça e medidas eficazes contra a violência urbana.