Duas das mais importantes unidades de elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro sofreram mudanças drásticas em seus comandos neste fim de semana. O coronel Aristheu de Góes Lopes foi exonerado do Comando do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), enquanto o coronel André Luiz de Souza Batista deixou o cargo de comandante do Comando de Operações Especiais (COE).
As exonerações ocorrem dias após uma operação no Morro Santo Amaro, no bairro do Catete, Zona Sul do Rio, que gerou questionamentos internos e externos. A ação mobilizou 18 policiais militares, divididos em duas equipes de nove agentes do Bope. No entanto, segundo apurações iniciais, apenas 12 deles teriam participado efetivamente do confronto armado, o que levantou dúvidas sobre o planejamento e a execução da operação.
Até que novos comandantes sejam nomeados oficialmente, os subcomandantes de ambas as unidades assumem o comando interinamente. No Bope, o tenente-coronel Jaguaribe Ferreira Nascimento ficará à frente da tropa até esta segunda-feira (9). Já no COE, o tenente-coronel Alex Benevenuto Santos assume o comando. Benevenuto tem um histórico sólido na corporação, já tendo comandado tanto o Bope quanto o Batalhão de Choque.
A decisão de substituir os coronéis Aristheu e André Luiz foi publicada em boletim interno da Polícia Militar e, até o momento, a corporação não se pronunciou oficialmente sobre os motivos das mudanças. Contudo, fontes ligadas à segurança pública indicam que a movimentação teria relação direta com a condução da operação no Santo Amaro e as inconsistências nas informações operacionais relatadas.
O caso reacende debates sobre a transparência nas ações das tropas de elite e a necessidade de rigor no planejamento tático em áreas sensíveis da cidade. Especialistas em segurança pública apontam que operações mal articuladas não apenas colocam em risco a vida dos policiais e moradores, mas também minam a credibilidade das forças especiais.
Enquanto os novos comandantes interinos assumem seus postos, a expectativa é de que a Secretaria de Estado de Polícia Militar avalie cuidadosamente os próximos passos. O momento é considerado delicado para a cúpula da corporação, que enfrenta pressão por resultados diante do avanço da criminalidade em diversas regiões do estado.
A operação no Morro Santo Amaro ainda está sob investigação interna, e novas informações devem ser divulgadas nos próximos dias. Já se sabe, porém, que as mudanças no comando do Bope e do COE marcam uma nova fase nas tropas de elite da PMERJ, com foco em reestruturação, revisão de estratégias e reforço da disciplina tática.