prefeito do Rio, Marcelo Crivella, anunciou na tarde desta quinta-feira (28) que o Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, será administrado por uma empresa pública, a Rio Saúde. A nova administração assume em 45 dias.
O prefeito deu como uma das justificativas para a crise na saúde do Rio o aumento de pacientes por causa do desemprego. Segundo ele, mais pessoas sem condições de pagar plano de saúde passaram a usar a rede pública. Pacientes de cidades vizinhas em crise , especialmente da Baixada, também vieram para a rede municipal, ainda de acordo com o prefeito.
“Talvez o epicentro da crise tenha sido a Zona Oeste onde ocorreu a municipalização do Rocha Faria. É um hospital com uma estrutura antiga. Foram feitos relatórios mostrando a necessidade de mudanças, que não foram feitas. Por isso publiquei um decreto hoje encerrando o contrato com a OS e determinando que em 45 dias terá uma nova administração
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) decidiu rescindir o contrato com a Organização Social (OS) Iabas, que administrava o Hospital Rocha Faria.
De acordo com a Prefeitura do Rio, a rescisão unilateral do contrato, que foi publicada nesta quinta-feira (28) no Diário Oficial, foi realizada porque as metas não foram atingidas. A SMS também multou a IABAS em quase R$ 28 milhões.
Pacientes da unidade de saúde denunciam desde novembro condições precárias de atendimento. Como mostrou o RJTV, com a crise, chegou a faltar café da manhã e almoço para doentes e funcionários. Outros problemas como falta de medicamentos também foram denunciados. Apesar do argumento do prefeito do aumento do movimento, com a crise, o hospital registrou queda de 63% do número de pacientes.
Questionado sobre o motivo de ter deixado o hospital Rocha Faria chegar nessa situação para romper o contrato, o prefeito afirmou que a demora se deve aos trâmites previstos em contrato. “Para cumprir a regra do contrato. Tivemos que seguir todas as etapas para na judicializar a questão, culminando nesta de hoje.”
Crivella acrescentou que nos outros hospitais administrados por OS, as organizações estão adotando as medidas contadas pela Prefeitura e por isso os contratos não serão rompidos.
Com relação à falta de repasses alegada pela OS Iabas, o prefeito do Rio afirmou que os valores cobrados serão discutidos e que a Rio Saúde vai receber os mesmos valores do contrato com a OS para administrar o Rocha Faria. São R$ 233 milhões para 24 meses de contrato, uma média de R$ 10 milhões por mês.
“Só nas OSs cortamos quase R$ 300 milhões, mas não foi suficiente. Houve queda na receita e foram contratadas no ano passado 250 equipes de saúde da família que custam R$ 500 milhões que não estavam previstos no orçamento “, disse o secretário de Saúde, Marco Antonio de Mattos.
“Essa rescisão foi feita porque há um problema de gestão no hospital. Esse problema não foi detectado em outras unidades administrados por essa OS. São contratos diferentes “, acrescentou.
Funcionários poderão ser mantidos.
Segundo o presidente da Rio Saúde, Ronald Munk, funcionários que trabalham hoje no Rocha Farias poderão ser mantidos: “Vamos oferecer as pessoas que estão hoje no hospital a possibilidade de serem funcionários temporários do Rio Saúde. Depois, vamos abrir processo de contratação simplificada. É um processo de emergência que pode ser usado pelas empresas. Serão necessários de 1450 a 1500 funcionários”.
“Convido vocês todos a daqui a três meses no máximo a ver o que é o Rocha Faria hoje é o que vai ser. Não vai ser o ideal mas vai ser muito melhor do que é hoje”, acrescentou.
A Rio Saúde existe dese 2013 e já administra 3 UPAs e uma Coordenação de Emergência Regional.
São eles:
- CER da Barra
- UPA Cidade de Deus
- UPA Rocha Miranda
- UPA Senador Camará
1,5 milhão de pacientes atendidos em média, segundo a Prefeitura.