O ex-governador do Rio Anthony Garotinho escreveu uma carta à direção do presídio Bangu 8, onde está detido desde o fim de novembro, na qual anuncia que está em greve de fome.
Na carta, Garotinho afirma que é vítima de uma “injustiça” e que, por isso, está cometendo este “ato extremo”. Ele diz ainda que está preso por uma retaliação às acusações que fez contra o ex-governador Sérgio Cabral. Garotinho afirma também que não quer mais o direito ao banho de sol, tampouco receber visitas de advogados e familiares.
Em 2006, usou o mesmo recurso, depois de série de reportagens do GLOBO sobre irregularidades nos recursos que usava na sua pré-campanha à Presidência da República. A série mostrou que ONGs que prestavam serviços ao governo de sua mulher, Rosinha Garotinho, tinham sócios em comum com doadoras de sua pré-campanha pelo PMDB.
Garotinho então fez greve de fome, alegando ser alvo de uma “campanha sórdida” da mídia, do sistema financeiro e do governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra suas pretensões eleitorais.
Garotinho foi preso sob a acusação de comandar uma organização criminosa que arrecadava recursos ilícitos para campanhas eleitorais dele próprio e de aliados. Um delator revelou ter sido orientado a fechar um contrato de fachada com a JBS para repassar o dinheiro ao caixa dois da campanha de Garotinho ao governo do Rio em 2014. O grupo é acusado pelo Ministério Público de ter um “braço armado”, um policial civil aposentado, que também foi preso, que era o responsável por intimidar os doadores e recolher a verba.