Os problemas na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) parecem não acabar. Após diversos casos de assédio relatados dentro da própria universidade, alunos agora reclamam de alimentos impróprios para consumo sendo servidos por uma empresa terceirizada. O restaurante universitário encontra-se em obra há mais de um ano e, após processo licitatório, uma empresa está fornecendo quentinhas. Segundo os estudantes, muitas refeições estão vindo estragadas.
De acordo com a estudante de educação física Camila Silva, 24 anos, o acontecimento é algo recorrente na instituição, mas se agravou com a terceirização da comida após as obras no local. “Sempre teve isso. Já achei comida com cabelo diversas vezes, até um pedacinho de pedra no feijão, mas comida estragada foi a primeira vez. As quentinhas são muito ruins, tem dias que não dá pra comer”, completou.
Por causa do problema com a comida, estudantes organizaram um protesto, na tarde desta quarta-feira, na Praça da Alegria. No ato, os participantes apresentaram a insatisfação com a qualidade das quentinhas servidas durante o período de reforma do restaurante. Solicitaram, também, a criação de uma comissão de alunos para fiscalizar as refeições e o andamento da obra no restaurante.
Segundo o aluno Bruno Medeiros, 22 anos, do mesmo curso, o problema começou junto com a reforma. “Não acontecia sempre, mas desde que o bandejão parou, eles servem quentinhas e sempre acontece algum problema. Particularmente acho bem ruim, principalmente quando está calor”. Outro estudante relatou o ocorrido: “Eu entrei esse período, vejo os veteranos reclamando há muito tempo. Essa quentinha muitas vezes vem bem ruim, carne crua, linguiça estranha e tivemos o episódio das quentinhas estragadas na semana passada. No primeiro caminhão já tiveram algumas, no segundo todas estavam estragadas, a partir de 12h30 proibiram a entrada dos alunos no bandejão para comer. Eu tentei comer, senti um cheiro estranho, mas não consegui, depois no grupo da Rural eu vi que foi geral”, disse Caio Alexandre, 18 anos.
Em nota, a universidade informou que foi necessário a abertura de um processo licitatório para a contratação de uma empresa fornecedora de quentinhas, cujo certame foi vencido pela empresa Comissaria Aérea Rio de Janeiro (COMRIO). Segundo a Rural, em todas as situações de registro de entrega das refeições fora das especificações contratuais, a equipe de gestão e fiscalização notificou a empresa aplicando as sanções previstas, como multas e devolução dos lotes.
A Rural admitiu, ainda, que no decorrer da distribuição dos lotes de quentinhas, no dia 10 de maio, diversos alunos usuários do restaurante universitário começaram a devolvê-las, “devido a presença de odor não característico, que impossibilitava o consumo”. “A PROAES e a Coordenação do RU lamentam pelos transtornos provocados à comunidade discente do Campus de Seropédica, e se colocam à disposição para os esclarecimentos que ainda se fizerem necessários”. A instituição comunicou, também, que abriu uma nova licitação para a contratação de uma nova empresa fornecedora de quentinhas.