O deputado estadual Renan Jordy (PL), irmão do deputado federal Carlos Jordy, protagonizou uma confusão digna de enredo de escola de samba, mas sem brilho e glamour. Na noite da última segunda-feira, durante o segundo dia de desfiles na Marquês de Sapucaí, o parlamentar foi o centro de uma briga na saída do camarote oficial do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
O motivo? Renan não aceitou ser barrado ao tentar embarcar em uma van oficial, destinada a autoridades, com um copo de uísque na mão. Segundo testemunhas e fontes do próprio governo, o assessor responsável pelo embarque apenas cumpria uma regra básica do evento: proibir a entrada de bebidas dentro dos veículos oficiais. Irritado com a abordagem, o deputado bolsonarista perdeu o controle e deu um soco no jovem assessor.
A briga chamou atenção de quem passava pelo local e precisou ser apartada por outros convidados e membros da organização, que tentaram acalmar os ânimos exaltados do parlamentar. Além da agressão física, Renan ainda teria jogado a bebida no rapaz, em um claro gesto de desrespeito e provocação.
O episódio gerou perplexidade nos bastidores políticos e dentro do próprio governo do estado, já que o camarote é uma área institucional, onde autoridades costumam se reunir para prestigiar o desfile sem maiores transtornos. O comportamento violento e descontrolado de Renan Jordy contrasta diretamente com o discurso moralista e religioso frequentemente adotado por ele e seu irmão, Carlos Jordy, que é uma figura de destaque no bolsonarismo fluminense.
A presença de Renan no carnaval, inclusive, causou estranheza entre muitos aliados e seguidores do grupo político ao qual ele pertence. Nas redes sociais, críticas começaram a surgir com o famoso tom de ironia: “Nem sabia que o povo de D3us gostava de ir passa festas prof4nas”, brincou um internauta, fazendo referência ao discurso conservador que demoniza festas populares como o carnaval, chamando-as de imorais e anti-cristãs.
Procurada para comentar o caso, a assessoria de Renan Jordy preferiu o silêncio. Até o momento, o parlamentar não se manifestou publicamente sobre o episódio, e o jovem assessor agredido optou por não registrar ocorrência formal, alegando medo de possíveis retaliações, já que Renan ocupa cargo de relevância na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
O caso, revelado pelo jornal O Globo, reacende o debate sobre o comportamento de políticos bolsonaristas em espaços públicos e sobre a incoerência entre discurso e prática. Enquanto nas redes sociais Renan e seus aliados condenam festas populares, chamando-as de promíscuas, nos bastidores eles parecem aproveitar as mesmas celebrações que atacam — com direito a briga, copo de uísque e agressão física.
A cena protagonizada por Renan Jordy virou motivo de piada e revolta entre foliões e analistas políticos, que destacam a hipocrisia de quem prega moralidade seletiva. O episódio mancha ainda mais a imagem do parlamentar, que agora terá que lidar com as críticas dentro e fora da bolha bolsonarista.