Mais um trabalhador teve a vida interrompida de forma brutal em meio à escalada da violência no Rio de Janeiro. Identificado como Eduardo de Assis Barreto, conhecido carinhosamente como “Dudu” entre amigos e familiares, o motorista de aplicativo foi executado na tarde desta quarta-feira (5) no bairro Jardim Bangu, na Zona Oeste da cidade.
De acordo com as primeiras informações, Dudu havia aceitado uma corrida para a região e, logo em seguida, seguiria para a Tijuca, na Zona Norte, onde buscaria sua filha na escola. A trajetória, que deveria ser rotineira, terminou em tragédia.
Segundo testemunhas, o crime ocorreu de forma repentina. Populares relataram ter ouvido disparos e, logo depois, viram o veículo parado com o motorista já sem vida. A cena chocou a vizinhança, que ficou abalada com mais uma vítima da violência urbana.
Dudu havia se casado recentemente — há apenas duas semanas — e a esposa, ao receber a notícia, foi ao local do crime e entrou em desespero ao reconhecer o corpo do marido. A imagem da jovem, inconsolável diante da perda precoce, causou comoção entre os presentes.
“Era um cara trabalhador, pai de família. Não merecia isso. Ele só estava tentando ganhar o sustento dele”, lamentou um colega de profissão que preferiu não se identificar. Amigos afirmam que Eduardo era uma pessoa querida por todos e estava sempre disposto a ajudar. “Dudu era um cara do bem, amigo de todo mundo. A gente está sem chão”, disse outro conhecido.
Ainda não há informações oficiais sobre a motivação do crime, mas a suspeita inicial é de que Eduardo tenha sido confundido ou vítima da disputa entre facções criminosas que atuam na região. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso e recolheu imagens de câmeras de segurança próximas ao local para tentar identificar os autores.
A morte de Eduardo reacende o debate sobre a insegurança enfrentada diariamente por motoristas de aplicativo em todo o Rio de Janeiro, que frequentemente são expostos a áreas de risco e vivem sob constante ameaça. Sindicatos da categoria pedem mais proteção e ações urgentes do poder público para conter a violência.
A comoção pela perda de Dudu ganhou as redes sociais. Mensagens de solidariedade à família se multiplicam, especialmente entre colegas motoristas e moradores da Zona Oeste. “Mais uma família destruída por essa guerra sem fim. Nossos sentimentos à esposa, à filha e a todos os que amavam o Dudu”, escreveu uma amiga da família em uma postagem.
Enquanto a investigação segue, fica a dor da perda de mais um cidadão que saiu de casa para trabalhar e não voltou. Eduardo de Assis Barreto, pai, marido, amigo e trabalhador, agora é mais um nome nas estatísticas da violência carioca — uma estatística que, infelizmente, carrega histórias, sonhos e famílias devastadas.