DETERGENTE ENCONTRADO NOS MANANCIAIS DA CEDAE NUNCA HAVIA SIDO DETECTADO.
O detergente encontrado na captação da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu nunca havia sido visto anteriormente no local. Essa foi a afirmação de Alexandre Pereira, analista de qualidade do Guandu, em entrevista coletiva realizada na tarde desta terça, pouco depois da retomada do tratamento de água. Na noite de segunda, o processo havia sido interrompido, e assim ficou por 14 horas, afetando o fornecimento em pelo menos 37 regiões da capital.
— Nunca vimos esse material entrar na Estação. Quando paramos o sistema, descartamos a água que estava à frente (da captação). Às 3h não tinha mais a substancia, e assim ficou até as 9h, quando a comprota foi reaberta — explicou Pereira, que defendeu o monitoramento da ETA. — A cada 30 minutos fazemos testes.
Questionado sobre se essa interrupção também deveria ter sido adotada quando foi detectada a geosmina, o chefe da ETA Guandu, Pedro Ortolano, disse que o detergente é uma substância que oferece risco ao consumo, diferente da geosmina.
— Como é uma substância (a geosmina) que nao oferece risco, ficamos entre causar um desabastecimento ou a aplicação da argila modificada e o carvão ativado. A escolha foi manter o abastecimento — afirmou Pedro Ortolano.
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A coletiva também teve a presença do presidente da Cedae, Helio Cabral; Sergio Marques, gerente de controle de qualidade da Cedae; Diane Rangel, subsecretaria de recursos hidricos e sustentabildiade da Secretaria de Ambiente; e Carlos Henrique Vaz, presidente do INEA.
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente do estado ainda não foi possivel determinar a origem do detergente que chegou até a estação de tratamento:
— Estamos vistoriando todos os empreendimentos em torno da area de captação que podem tee despejado — disse Diane Rangel.
A interrupção do tratamento da ETA Guandu, como protocolo de contingência, durou 14 horas entre a noite de segunda e a manhã de terça. Nesse meio tempo, diversos moradores relataram terem ficado sem água. As reclamações estiveram em pelo menos 37 regiões na capital. Na Zona Norte, há relatos de falta d’gua em Del Castilho, no Encantado, em Vigário Geral, no Méier, em Ramos, em Inhaúma, em Madureira, em Bento Ribeiro, em Piedade e em Pilares.