Nascida no Rio de Janeiro, criada em Salvador e radicada em Brasília há 25 anos, a cantora Dhi Ribeiro é uma das maiores vozes do samba brasiliense dos últimos tempos. Natural de Nilópolis (RJ), foi para a capital baiana muito cedo. Iniciou a carreira aos 17 anos, como modelo, e, aos poucos, se envolveu com a música. Quando ainda aposta nas passarelas e diante das câmeras, Dhi passou a se perceber cada vez mais como uma pessoa musical. Cantou axé, música baiana e MPB. Na década de 1990, recebeu o título de cantora revelaçăo do carnaval soteropolitano. Em seguida, foi convidada para participar de um trabalho em Brasília, com a antiga banda Trem das Cores.
Após seis meses, voltou a Salvador para concluir trabalhos no carnaval, mas decidiu que seu lugar realmente era na capital federal. No DF, conheceu Tobias Andrade, com quem se casou e teve uma filha, Luna Vitória. “Eu sou muito agradecida à cidade porque aprendi tudo aqui. Alcancei a chance que poucos tiveram de encontrar grandes músicos, que me nortearam e me deram a oportunidade de me descobrir como cantora”, revela. Em 2000, a sambista seguiu com a família para a Itália, trabalhar como cantora em um circo. Retornou ao Brasil após três anos interpretando em vários idiomas.
Em 2009, a cantora lançou seu primeiro álbum, Manual da Mulher. Já em 2012, a música Para uso exclusivo da casa fez parte da trilha sonora da novela da Globo Lado a lado, como tema do casal Celinha e Guerra, interpretados por Isabela Garcia e Emílio de Melo. Em 2017, a mesma música, de autoria de Paulinho Resende e Juninho Peralva, também foi trilha para a novela A força do querer, tema da protagonista Bibi Perigosa, interpretada por Juliana Paes. “A Glória Perez me ligou dizendo que a novela estrearia no próximo mês e que a música tinha tudo a ver com a personagem. E foi maravilhoso isso pra mim”, relembra. Logo em seguida, Dhi Ribeiro foi uma das participantes do The Voice Brasil, do mesmo ano, participando de dois episódios da atraçăo. Dhi já esteve em programas como o Domingăo do Faustăo e Programa do Jô.
Em dezembro, ela lança o novo trabalho, o DVD Leme da libertaçăo, gravado no Clube do Choro. As composiçőes săo de parceiros como Roberto Serrăo e Guilherme Nascimento. “Eu sou mais uma intérprete. Nós temos compositores maravilhosos e a gente tem que dar voz para isso”, afirma Dhi. As músicas do DVD têm como tema a diáspora negra e a fé, e conta com músicas românticas, samba de roda e algumas regravaçőes do primeiro CD. Ao todo, serăo 23 músicas em 13 faixas, incluindo alguns pout-pourri. O lançamento, previsto para 20 de dezembro, será no mesmo local da gravaçăo, o Clube do Choro.
“O mundo hoje é digital”
Esse será o primeiro trabalho independente da cantora, que fez parte do cast da gravadora Universal Music. “Isso aconteceu dessa forma. A importância da gravadora mudou bastante e o que elas faziam, nós também podemos fazer. Nós mesmos vamos fazer a distribuiçăo, por exemplo”, explica. A cantora vê as plataformas digitais como um leque muito grande e servem de portas para novos artistas, que năo teriam a oportunidade de apresentar seus trabalhos ao mundo.
“O mundo é digital. Eu năo fico uma hora sem pegar no celular. Antigamente, eu tinha que gravar um CD para entregar para minha banda aprender as músicas do repertório. Hoje em dia, eu faço uma playlist e peço para que entrem nela”, declara. Com a internet, Dhi afirma que suas músicas chegaram a vários países da África, como Angola.
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* Estagiárias sob a supervisăo de Leonardo Meireles