A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou um projeto de lei que cria oficialmente o “Dia da Cegonha Reborn”, uma homenagem às artesãs que se dedicam à produção dos bonecos reborn — réplicas extremamente realistas de bebês, feitos à mão, com detalhes impressionantes que imitam recém-nascidos reais.
O projeto, que agora segue para sanção do prefeito, tem como objetivo reconhecer o trabalho artístico e emocional envolvido na criação dos reborns. Além de serem peças de arte, os bonecos também têm um papel importante como instrumento terapêutico para muitas mulheres, especialmente aquelas que enfrentaram perdas gestacionais ou lidam com quadros de depressão e ansiedade.
Segundo a justificativa apresentada pelos autores do projeto, o nome “Cegonha Reborn” faz alusão à figura simbólica da cegonha como portadora de vida e esperança, unida ao termo “reborn” (renascido, em inglês), que representa tanto os bebês artesanais quanto a possibilidade de renascimento emocional por meio dessa prática.
Nos bastidores da arte reborn, estão mulheres que, muitas vezes, encontraram na confecção dos bonecos uma forma de cura. Em entrevistas recentes com artesãs da área, muitas relataram que começaram a produzir reborns após perderem filhos ou enfrentarem períodos de profunda tristeza. A atividade ajuda a amenizar a dor, oferece um propósito diário e, em muitos casos, torna-se também uma fonte de renda.
Os bonecos reborn são criados com técnicas que incluem pintura em camadas, implantação de fios de cabelo um a um e o uso de materiais que simulam o peso e a textura de um bebê verdadeiro. Cada peça pode levar semanas para ser concluída e custa, em média, entre R$ 500 e R$ 2.000, dependendo do nível de detalhamento e do material utilizado.
Com o novo “Dia da Cegonha Reborn”, a Câmara espera dar visibilidade à importância desse tipo de arte, muitas vezes incompreendida ou vista apenas como hobby. O projeto destaca que reconhecer essas mulheres é também reconhecer sua superação, talento e contribuição para outras pessoas que vivem momentos delicados.
A data oficial da comemoração ainda será definida, mas a expectativa é que o dia seja marcado por eventos, exposições e rodas de conversa com artesãs, psicólogos e familiares que encontraram nos reborns uma forma de apoio emocional.
O Rio de Janeiro, assim, se torna pioneiro ao valorizar esse movimento artístico e afetivo, reforçando a cidade como um espaço de acolhimento, empatia e respeito às múltiplas formas de lidar com a dor e de expressar o amor.