Apesar das promessas de descontos de até 99%, como anunciado por um site de compras coletivas, aproveitar as ofertas da Black Friday que acontece nesta sexta-feira (24) não significa necessariamente que você vai economizar.
“Se comprar o que não precisa apenas porque acha que está barato, vai ser ruim para o bolso”, diz José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil.
— As pessoas precisam entender que não é uma obrigação comprar na Black Friday.
Para valer a pena, Vignoli recomenda comprar apenas o que for necessário e não se deixar levar pelo consumismo somente porque a oferta parece “imperdível” (veja as cinco dicas ao final).
Consumidora quer trocar celular
A funcionária pública Goreti Palmeira, de 55 anos, fez a lição de casa que todo consumidor deveria fazer, segundo Vignoli. Ela quer trocar o celular e, há quatro meses, acompanha de perto os preços do modelo que quer comprar na Black Friday.
— Há dois anos eu comprei um celular de R$ 1.200 por R$ 650 na Black Friday. Esse ano só compro se conseguir o celular que quero, que custa R$ 1.400, por uns R$ 800. Acho que vou conseguir.
Para alcançar o objetivo, Goreti está guardando dinheiro para fazer essa compra.
“Fazer uma pesquisa de preços com antecedência e comprar apenas o que realmente precisa são atitudes conscientes do consumidor”, diz Vignoli.
Perfume, maquiagem e roupas
Também de olho nos preços, a analista de comunicação Ariett Gouveia, 41,não fez nenhuma lista de compras especial para a Black Friday.
— Vou comprar apenas o que já precisava, como roupas para o fim do ano, maquiagem e um perfume que estou de olho faz tempo.
Ela já notou que o preço do perfume que quer, que antes custava R$ 124, já estava sendo ofertado a R$ 89 nesta semana.
— O batom também caiu de R$ 32,90 para R$ 19,90. Vou comprar.
Mas Gouveia não estipulou limite de gastos para essas compras, que é outra recomendação de Vignoli.
— Vou ter de tomar cuidado com o cartão de crédito.
No Brasil é “Black Fraude”, diz consumidor
Quem não quer saber de Black Friday no Brasil é o gerente de projetos Fábio Dias, 32. Ele viajou para Miami na terça-feira (21) e vai aproveitar para fazer compras na Black Friday “original”, a norte-americana.
— No Brasil, eu acho que é mais Black Fraude mesmo, não há ofertas reais. Nos Estados Unidos tudo já é mais barato e com a Black Friday fica mesmo imperdível.
Veja dicas para aproveitar a Black Friday sem prejudicar o seu bolso:
1) Verifique a sua situação financeira
Antes de sair gastando, é preciso verificar as contas da casa. Faça assim: some todas suas receitas (salário, comissões, receita de aluguel, pensão alimentícia). Depois subtraia todas as suas despesas (contas de água, luz, aluguel, gastos com saúde, casa, educação). O ideal é que sobre dinheiro dessa conta. Se faltar, não vai querer se comprometer na Black Friday, né? O conselho é não comprometer mais do que 30% de tudo o que ganha no mês com dívidas.
2) Decida o que realmente precisa
Se precisa de uma TV, concentre-se nela. Não vale entrar no site e sair de lá com o carrinho cheio, estourando o orçamento. O objetivo é fazer boas compras, não conseguir o maior desconto. Comprar algo desnecessário, mesmo que com desconto, é desperdício.
3) Defina o valor que quer e pode gastar na data
É melhor definir um valor realista do que pode gastar do que dizer que não vai gastar nada e depois começar a comprar e pensar em como vai pagar só depois. Depois de fazer as contas e ver quanto pode dispor de dinheiro, concentre-se naquele limite e não saia dele.
4) Pesquise os preços
Há empresas que realmente reduzem os preços, mas outras praticam a “maquiagem”, elevando o preço antes e abaixando depois, na prática conhecida como Black Fraude. Também é possível encontrar o mesmo produto a preços diferentes, então pesquise bastante para encontrar a alternativa mais barata. Sites como Buscapé, Zoom e BlackFriday de Verdade ajudam a monitorar preços de item.
5) Pechinche
Se vai pagar à vista, peça desconto, mesmo que o preço já esteja em promoção
Fonte: R7