DOIS INTERNOS DO DEGASE SÃO MORTOS DENTRO DE UNIDADE NA ZONA OESTE
Dois internos do Educandário Santo Expedito foram mortos, na madrugada deste sábado, dentro de um dos alojamentos da unidade, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Eles foram identificados como Pablo Henrique da Silva Soares, de 19 anos, internado na unidade desde 2015, e Luiz Estevão Silva da Costa, de 17 anos, desde dezembro.
Pelo menos um dos corpos apresentava sinais de enforcamento, com uma camisa enrolada no pescoço. A morte teria sido porque as vítimas eram estupradores. A Divisão de Homicídios realiza perícia na unidade. Segundo informações, oito internos — entre eles, quatro menores — confessaram o crime.
O presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Sind-Degase), João Luiz Pereira Rodrigues, criticou as condições do educandário e das demais unidades:
— O Degase não foi contemplado pela medida de segurança da intervenção federal, considerando que nosso trabalho é análogo ao sistema penal. Também lidamos com brigas de facções, unidades superlotadas e baixo efetivo.
Segundo ele, o Educandário Santo Expedito é o que mais sofre com a superlotação de internos:
— Uma unidade como essa, com dois blocos ou mais, comporta, no máximo, 90 internos. Hoje, são 538. Há muitos anos que a unidade sofre com a superlotação. A gente sinaliza, mas as autoridades não fazem nada. Isso que ocorreu é uma tragédia anunciada.
O alto número de jovens internados contrasta com o baixo efetivo de agentes, ressalta João Luiz:
— Os servidores ficam numa situação de vulnerabilidade. A legislação determina que deve ser um agente para cada cinco internos. São cerca de 15 agentes por plantão, que se dividem entre os blocos, visitas e outras atividades.
João Luiz disse ainda que há um concurso para agentes que está em andamento desde 2015, mas ainda não houve nomeações.
— São 160 servidores formados desde 6 de dezembro de 2015. Estão só esperando a nomeação. O sistema não investe nem constrói novas unidades. Só ontem chegaram dez menores. O equipamento dos agentes é precário. Não temos, por exemplo, equipamento para debelar uma rebelião, como escudos, capacetes. Estamos lidando com vidas, dos agentes e dos internos.
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