O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes respondeu nesta terça-feira (25) ao atual prefeito Marcelo Crivella, que disse ter recebido a prefeitura com problemas financeiros e afirmou que a gestão fez uma “administração temerária”. Paes negou ter deixado a prefeitura com problemas financeiros, mas reconhece o momento difícil e a queda na arrecadação, “Tem hora que os números reais mostram tudo e não as afirmações sem fundamento. A dívida da prefeitura quando eu assumi em 2009, era uma dívida em valores de hoje de R$ 16 bilhões . A prefeitura gastava 10% do seu orçamento pagando dívidas. A dívida nesse ano é de R$ 13 bilhões, ou seja, R$ 3 bilhões a menos e a prefeitua gasta 4% do seu orçamento pagando dívida. O caixa, tinha no início desse ano R$ 2 bilhões. Em fevereiro, os próprios números oficiais da prefeitura mostram, tinha R$ 3,5 bilhões em caixa”, afirmou o ex-prefeito.
Paes também falou sobre o pagamento dos empréstimos que a prefeitura fez e terão que ser pagas pela atual administação. Segundo Crivella, os empréstimos chegam a R$ 1 bilhão e foram feitos para as Olimpíadas. O ex-prefeito afirma que as dívidas são pagáveis.
” Claro que são. Isso é de gestão. É preciso sentar na cadeira, se dedicar aos números, acordar cedo e dormir tarde, o que não parece ser uma característica do atual prefeito”, disse.
a informação publicada pelo Jornal Extra de que se a prefeitura do Rio não renegociar as dívidas com o BNDES e a Caixa Econômica Federal , os salários dos servidores devem começar a atrasar em setembro. O prefeito confirmou a informação e disse que a prefeitura tem que escolher entre pagar as dívidas ou os funcionários.
Um grande desafio para a prefeitura é ajustar as contas da previdência. O dinheiro que entra com as contribuições dos servidores e da prefeitura hoje não paga nem a metade das despesas com aposentadorias e pensões.
Quem faz a conta é a PrevRio, instituto que administra o fundo de previdência do município do Rio, como o RJTV mostrou nesta segunda-feira (24).
Previdência
De acordo com as contas, em 2017 o pagamento das 66 mil aposentadorias e 13 mil pensões vai consumir R$ 4,7 bilhões. Porém, o problema é que a receita é de R$ 2,1 bilhões, menos da metade deste valor. Faltam R$ 2,6 bilhões que vão ter que ser pagos com dinheiro do caixa da prefeitura.
De acordo com o Tribunal de Contas do Município, privilègios concendidos pela prefeitura agravam a situação. Um deles é o abono permanência. O servidor se aposenta mas continua trabalhando, deixa de pagar a contribuição de 11% à prefeitura, mas passa a receber isso dela. Com esse direito especial o fundo deixa de receber por ano R$ 170 milhões.
A isenção de contribuição para os aposentados que recebem acima do teto do INSS, é outro problema sério nas contas, segundo o TCM.
São R$ 64 milhões que não vão para o Funprev e esse decreto do município contraria a lei federal. O prefeito Marcelo Crivella pretende taxar uma parte dos inativos para tentar equilibrar os pagamentos.
“Se necessário for, teremos que fazer a contribuição dos inativos, mas é bom lembrar que não são todos os inativos. cerca de 10% deles que ganham acima de R$ 5,5 mil e a contribuição de 11% só incide sobre o que passa de R$ 5.5. Então vou dar um exemplo: se uma pessoa ganha R$ 6,5 mil, ela vai pagar R$ 110 , ou seja 11% de R$ 1 mil que excedeu aos R$ 5,5 mil. É assim que a gente pretende equilibrar e não atrasar o pagamento dos aposentados”, disse o prefeito.
FONTE: RJ TV