A inclusão do pastor Silas Malafaia, um dos mais influentes líderes evangélicos do país, em um inquérito da Polícia Federal provocou forte reação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A investigação apura supostas ações contra o Supremo Tribunal Federal (STF), autoridades públicas e possíveis articulações para buscar sanções internacionais contra o Brasil.
Malafaia passou a integrar a lista de investigados no mesmo procedimento que já envolve nomes como o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros aliados políticos. O caso ganhou ampla repercussão e polarizou ainda mais o debate político nas redes sociais.
Eduardo Bolsonaro não poupou críticas à medida e fez questão de se manifestar publicamente. Em suas redes sociais, ele demonstrou indignação e questionou a legalidade da decisão:
“Eles estão achando que vão intimidar o pastor Malafaia? Convidar pessoas para irem às ruas virou crime?”
A fala do deputado ecoa entre apoiadores, que também veem na inclusão do pastor um ato de perseguição política e judicial. Segundo Eduardo, o objetivo seria desestimular lideranças religiosas e políticas a convocarem manifestações públicas, algo que, para ele, faz parte do direito constitucional à liberdade de expressão e à livre reunião.
Em uma postagem anterior, Eduardo Bolsonaro já havia dado sinais de que a medida era previsível:
“Estava demorando. Como previmos, Moraes segue dobrando a aposta. Desta vez para cima do pastor Malafaia. Qual crime teria o pastor cometido? Convidado os brasileiros para estarem pacificamente nas ruas se manifestando, só pode ser. O Brasil já virou uma Venezuela.”
A referência direta ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, mostra que o parlamentar atribui a ele a condução das ações que, segundo sua avaliação, extrapolam os limites da Constituição. Eduardo também utilizou a comparação com a Venezuela para criticar o que considera um enfraquecimento das liberdades democráticas no Brasil.
Enquanto aliados políticos de Bolsonaro se mobilizam para defender Malafaia, críticos argumentam que as investigações da PF são baseadas em indícios de possíveis crimes, e que a convocação de manifestações pode ser interpretada de forma diferente dependendo do contexto e das intenções atribuídas aos organizadores.
O caso segue em andamento e promete intensificar a tensão entre a base bolsonarista e o Supremo. Para Eduardo Bolsonaro, no entanto, a mensagem é clara: a luta contra o que ele classifica como “autoritarismo judicial” não vai recuar, e a defesa da liberdade de manifestação permanece no centro de sua agenda política.