.A um ano do pleito, a eleição de 2020 para a Prefeitura do Rio tem mais de dez possíveis pré-candidatos ao cargo. Berço político do presidente Jair Bolsonaro e de outro possível presidenciável em 2022, o governador Wilson Witzel (PSC), o Rio deve ter pelos menos três concorrentes fortes na disputa do ano que vem. A cidade é o segundo colégio eleitoral municipal do País, o que aumenta a importância da disputa.
O prefeito Marcelo Crivella (PRB) buscará a reeleição. Ele conta com as máquinas pública e evangélica. Por isso, não é desprezado pelos adversários, mesmo com muitos deles apontando seu governo como impopular. Crivella deve lançar mão do discurso ideológico durante a campanha, como demonstrou quando mandou recolher livros com conteúdo LGBT na Bienal do Livro.
Pela esquerda, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) tentará chegar ao Executivo carioca pela terceira vez. Em 2016, perdeu para Crivella no segundo turno. Desta vez, contudo, o psolista deve vir com nova roupagem. Além de ter agora um mandato federal, ele tem defendido a formação de uma grande aliança em torno de sua candidatura. Isso incluiria tanto legendas de esquerda quanto algumas mais ao centro, como o PV e a Rede de Marina Silva.
A maior dificuldade de Freixo tem sido nas conversas com o PDT, que pretende lançar a deputada estadual Martha Rocha, e o PSB, cujo nome cotado é o do deputado federal Alessandro Molon. Adversários de Freixo têm apresentado o parlamentar como um nome forte para disputar a eleição na atual conjuntura, já que é o único de oposição a Crivella que já se lançou com clareza e tem um forte ‘recall’ de eleições anteriores.
Mais ao centro, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) é uma peça-chave. Os demais concorrentes o consideram um nome forte, que dificilmente deixaria de ir ao segundo turno. Por essa ótica, Paes poderia adotar um discurso de combate à polarização, jogando Crivella para um lado ultraconservador e pintando Freixo como um esquerdista radical. Além disso, pegaria embalo na má avaliada gestão Crivella para despertar no eleitor o fator “saudade”. Até o ano que vem, no entanto, Paes continuará trabalhando pela eleição sem assumir oficialmente a candidatura. Só em 2020 irá às ruas como postulante à prefeitura.
Um mistério que ainda ronda a eleição é: quem será apoiado por Wilson Witzel? O governador, que está em baixa com antigos aliados do PSL, ainda não tem um candidato. O próprio PSL também tem problemas internos. Apesar de alguns nomes serem cotados, crescem as chances de a sigla não ter candidato próprio.