Na maior operação policial já realizada no Rio de Janeiro, que mobilizou 2.447 agentes em diversas regiões da capital, apenas três mulheres estiveram na linha de frente. Uma delas foi a policial Munique Busson, que há dez anos dedica sua vida à corporação e foi destaque na Operação Contenção, marcada por confrontos intensos e números impressionantes: 113 presos, dezenas de mandados cumpridos e 121 mortes confirmadas pelas autoridades.
Designada para integrar a equipe que bloqueou as principais rotas de fuga dos criminosos, Munique descreve os momentos de tensão e a sensação de responsabilidade em meio a uma ação de tamanha magnitude.
“Quando percebi a dimensão da operação, a adrenalina foi lá em cima”, contou a policial, que destacou o trabalho em equipe e a confiança em seus colegas de farda como fundamentais para o sucesso da missão.
A Operação Contenção, deflagrada em resposta à escalada da violência e à atuação de facções em áreas estratégicas, envolveu batalhões de elite, helicópteros e blindados. Apesar da proporção inédita e da alta letalidade, o trabalho das poucas mulheres envolvidas chamou atenção pela coragem e pela competência técnica.
Munique afirma que, mesmo sendo minoria, as mulheres têm mostrado sua força e preparo dentro das forças de segurança.
“O uniforme é o mesmo, o risco também. O que nos move é o compromisso com a população e a vontade de fazer a diferença”, disse.
A presença feminina em operações como essa representa não apenas bravura, mas também a luta por reconhecimento e igualdade dentro das corporações policiais — um reflexo de que a coragem não tem gênero, e que o Rio de Janeiro ainda guarda histórias de heroísmo silencioso por trás das fardas.



