Um levantamento recente trouxe à tona um dado que está deixando líderes religiosos de cabelo em pé: 41% dos evangélicos brasileiros admitem participar de apostas on-line, como o popular “jogo do tigrinho”, que tem dominado as telas de celulares por todo o país. O número é ainda mais surpreendente quando comparado ao dos católicos, dos quais 34% também afirmam tentar a sorte nas plataformas digitais.
O que era visto como um passatempo arriscado para alguns, agora se mostra um fenômeno nacional — e está atingindo até mesmo os mais devotos. Entre cultos, missas e promessas, muitos fiéis têm se rendido à tentação de “multiplicar” o dinheiro de forma rápida, mesmo sabendo que as chances de perder são gigantescas.
Especialistas alertam: o crescimento das apostas entre religiosos revela um conflito moral explosivo. “Há uma contradição entre fé e fortuna fácil. Muitos buscam a bênção da prosperidade sem perceber que estão entrando em um ciclo perigoso de vício e ilusão”, explica um sociólogo ouvido pela reportagem.
Nas redes sociais, o tema já virou campo de batalha. De um lado, defensores do livre-arbítrio afirmam que apostar “não é pecado se feito com consciência”. Do outro, pastores e padres denunciam o que chamam de “armadilha digital do demônio”, alertando que o tigrinho pode devorar não só o bolso, mas também a fé.
Enquanto isso, os aplicativos de aposta continuam crescendo em popularidade, prometendo prêmios tentadores e rodadas “abençoadas”. No país da fé e do futebol, parece que agora a roleta e o tigrinho também ganharam seu lugar no altar da tentação.