O ex-anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado por estupro de vulnerável contra duas pacientes durante procedimentos de parto no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. A decisão, proferida pela Justiça do Rio, também impõe o pagamento de R$ 50 mil em indenização por danos morais a cada uma das vítimas.
O caso chocou o país em julho de 2022, quando vídeos gravados por colegas de trabalho revelaram o profissional cometendo o crime enquanto as pacientes estavam sob efeito de sedação. As imagens, registradas discretamente por enfermeiras e técnicas de enfermagem desconfiadas da conduta do anestesista, foram fundamentais para a investigação e para a condenação do réu.
Durante o julgamento, o Ministério Público apresentou provas contundentes de que Giovanni se aproveitava do estado de vulnerabilidade das mulheres, sedadas e impossibilitadas de se defender, para cometer os abusos sexuais. A Promotoria destacou ainda que o médico agia de forma premeditada e com total frieza, demonstrando um padrão de comportamento criminoso.
A Justiça considerou a gravidade dos atos, o abuso de confiança e a função de autoridade médica como agravantes na sentença. Além da pena privativa de liberdade, o juiz determinou o pagamento de indenizações às vítimas, reconhecendo o abalo físico e psicológico irreparável causado pelos crimes.
A Polícia Civil segue investigando se há outras vítimas, já que o profissional atuava em diferentes unidades de saúde. Desde a prisão, outras mulheres passaram a denunciar comportamentos semelhantes em atendimentos realizados por Giovanni em ocasiões anteriores.
A condenação representa uma vitória para as vítimas e um alerta para o sistema de saúde. O caso escancarou falhas nos protocolos de proteção à paciente durante procedimentos médicos e reforça a necessidade de vigilância e denúncias em ambientes hospitalares.
Giovanni Quintella Bezerra permanece preso e não poderá recorrer em liberdade. A Justiça foi firme ao deixar claro que crimes como esse, cometidos por quem deveria zelar pela vida e segurança das pessoas, serão punidos com o máximo rigor.