O processo de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), alvo de um mandado de prisão preventiva, enfrenta um entrave logo em sua fase inicial: a ausência de informações sobre o paradeiro oficial da parlamentar fora do Brasil. Após a ordem de prisão emitida por autoridades brasileiras, Zambelli deixou o país e, até o momento, não há confirmação sobre sua localização exata no exterior, o que dificulta o andamento do processo legal.
Fontes ligadas ao caso revelam que, apesar de haver indícios de que a deputada esteja nos Estados Unidos, o governo brasileiro ainda não recebeu dados concretos que possam embasar formalmente um pedido de extradição. Para que esse pedido seja aceito e cumprido por outro país, é essencial que conste o endereço exato da pessoa procurada — o que até agora não foi possível confirmar.
A deputada é investigada por supostos crimes ligados à tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, associação criminosa e incitação ao crime. Segundo as autoridades, sua fuga para fora do país ocorreu logo após o avanço das investigações, o que motivou o pedido de prisão preventiva por risco de obstrução à Justiça.
Especialistas em Direito Internacional apontam que a ausência de um endereço fixo pode retardar o processo por tempo indeterminado, pois sem um local definido, a cooperação entre países se torna limitada. “É como tentar cumprir um mandado de prisão sem saber onde a pessoa está. Mesmo com alertas da Interpol, encontrar um foragido sem informações mínimas é um desafio”, destaca um jurista consultado pela reportagem.
Além do impasse logístico, a situação também reacende o debate sobre a conduta de parlamentares que utilizam o foro privilegiado e mandatos eletivos como escudo contra investigações. Mesmo com mandato em vigor, o Supremo Tribunal Federal autorizou a prisão da deputada, considerando a gravidade das acusações e sua tentativa de se esquivar da Justiça.
Enquanto isso, Carla Zambelli segue em silêncio público. Seus advogados ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o caso. O Congresso Nacional também deve se manifestar nos próximos dias, já que, em casos de prisão de parlamentares, é necessária a deliberação da Câmara dos Deputados sobre a manutenção ou não da ordem judicial.
O Brasil aguarda respostas — e o paradeiro da deputada continua um mistério.