Uma confusão no Centro da cidade levou a polícia a mais um golpe do falso emprego.
A Beagle Produções se apresentava como agência de talentos e mantinha um escritório na Avenida Rio Branco. Pelo menos 70 pessoas eram “cadastradas” por dia, e todas tinham de pagar uma taxa de R$ 70. Algumas ainda eram convidadas a doar alimentos. Mas nenhuma vaga existia.
Um grupo de lesados foi à agência reclamar que tinha sido enganado, e agentes da 5ª DP (Gomes Freire) foram chamados. Duas pessoas foram presas em flagrante, incluindo o dono da Beagle, Oscar Júnior, cuja ficha criminal é extensa.
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Telefonemas interceptados pela polícia mostram as estratégias de Oscar. “Vou fazer um ‘auê’ amanhã porque a agenda tá fraca”, diz o dono a uma secretária. “Eu vou inventar uma campanha no parque de diversão, que engloba todo mundo. Vou fazer um ‘bafo’ aqui, agora”, planeja. “Atualiza o site e o blog lá, as ‘parada’ lá que tem com Copa e grande comercial do parque. Inventa um truque aí”, completa.
O escritório era todo decorado com logos de canais de TV. A polícia ainda encontrou folhetos de propaganda e fichas cadastrais.
Vítimas
A atendente Rejane Rodrigues caiu no golpe. “Ele bota como isca, tipo, figurante, essas coisas assim. Só que ele oferece vários trabalhos: auxiliar de serviços gerais, segurança, manobrista, estoquista. Eu fui para a área de segurança”, lamenta.
O separador Gerson Camilo Lins conta que Oscar assediou e ofendeu sua filha. “Ele veio oferecer um convite para minha filha pra realizar um tal de desfile. Por eu não aceitar o convite, ele xingou, fez injúria racial, por motivo banal.”
“As pessoas se convenciam daquilo que era dito por eles. Para conseguir uma oportunidade no mercado de trabalho, uma renda extra, acabavam por cair nesse golpe. Temos vários inquéritos sobre a agência”, afirmou o delegado Marcos Henrique, da 5ª DP.