A trágica morte de Luzia Helena Reis, de 60 anos, ocorrida em Cosmos, na Zona Oeste, deixou familiares em choque. Eles acreditam que o assassinato, cometido pelo próprio filho, Moisés Reis de Souza, de 20 anos, foi motivado pela relação conflituosa entre a vítima e a namorada do criminoso. Moisés foi preso em flagrante, enquanto sua companheira, de 17 anos, foi apreendida sob suspeita de envolvimento no crime.
Bruna Reis, sobrinha de Luzia, revelou ao jornal O DIA que sua tia não concordava com a presença da namorada do filho em sua casa. Há cerca de três meses, a jovem se mudou para a residência da família, o que teria gerado conflitos constantes entre ela e a sogra. Segundo Bruna, a morte de Luzia foi provocada pela influência da adolescente sobre Moisés.
“Minha tia não aceitava que a namorada dele morasse lá. Desde que ela foi morar na casa, os três passaram a ter conflitos. A jovem já havia sido expulsa de casa, o que indica que não era uma pessoa de confiança. Minha tia tinha um dinheiro para receber, e ele disse que ia ficar com o dinheiro, a casa e a mulher. Acreditamos que ele agiu a mando da namorada”, relatou Bruna.
De acordo com a sobrinha, Moisés atacou a mãe com um chute na barriga e depois a esfaqueou no pescoço. Após cometer o assassinato, ele tentou queimar o corpo e o abandonou em um terreno baldio. O crime ocorreu na sexta-feira (30), mas o corpo de Luzia só foi encontrado na segunda-feira (2).
“Uma prima confrontou ele, e Moisés acabou confessando que esfaqueou minha tia e tentou queimar o corpo. Como sabia que eu iria procurá-la na segunda, ele e a namorada jogaram o corpo dela em um terreno baldio. Quando o corpo foi encontrado, estava parcialmente carbonizado, cerca de 30%, e envolto em uma manta, nu. Ele passou o final de semana todo com o corpo em casa e só na madrugada de segunda o abandonou”, explicou Bruna.
Desaparecimento
No domingo (1º), amigos e vizinhos notaram a ausência de Luzia e alertaram a família. Bruna, que reside na Ilha do Governador, Zona Norte, entrou em contato com Moisés, que alegou que a mãe tinha viajado. Desconfiada, Bruna começou a procurar pela tia em hospitais e no cemitério de Campo Grande, mas não teve sucesso.
“Ele me ligou no domingo à noite, dizendo que minha tia tinha sumido e levado documentos. Achei estranho, então fui até a casa dela na segunda-feira. Rodei Campo Grande inteiro procurando, e só depois fui confrontar Moisés, que mentiu dizendo que tinha procurado pela mãe. Ele não tinha falado com ninguém”, contou Bruna.
Luzia Helena, descrita como uma pessoa tranquila e querida por todos, era muito respeitada por seu jeito calmo e acolhedor. Agora, Bruna deseja justiça para a tia.
“Minha tia era serena e tinha muitas amizades. Todo mundo gostava dela. Não entendo como ele pôde fazer isso. Eu só quero que ele pague pelo que fez”, desabafou.
A família compareceu ao Instituto Médico Legal (IML) na terça-feira (3) para reconhecer e liberar o corpo de Luzia. Ainda não há informações sobre o velório.
Prisão
Agentes do 40º BPM (Campo Grande) foram acionados na noite de segunda-feira (2) para verificar o homicídio no cruzamento da Rua Projetada Dois com a Rua Icurana, onde encontraram o corpo de Luzia. Moisés e a namorada foram presos em seguida na região e levados para a 35ª DP (Campo Grande), antes de serem transferidos para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
A Polícia Civil informou que Moisés foi autuado em flagrante por feminicídio, destruição, subtração ou ocultação de cadáver e corrupção de menores.