A família do professor universitário e doutor em Filosofia e Teologia Marco Antônio de Oliveira, de 53 anos, vai registrar queixa na 166ª DP (Angra dos Reis), nesta segunda-feira, contra uma suposta pratica de racismo, furto, constrangimento ilegal e maus-tratos, que ele e mais três parentes alegam terem sido vítimas numa pousada na Ilha da Gipóia, na Baia da Ilha Grande, na Região da Costa Verde. De acordo com Priscila Oliveria, 28 anos, filha de Marco Antônio, que usou as redes sociais para denunciar o assunto, ao postar comentários sobre a “má impressão” deixada pela hospedagem, para eles, no site da Pousada Canto do Hibisco, Henrique de Santana – que disse ao DIA ser arrendatário do estabelecimento – rebateu as críticas “de forma violenta e humilhante”, pelo mesmo canal.
As postagens de Henrique, reproduzidos por Priscila nas redes sociais, chocaram os internautas. “Toma vergonha na cara e vai procurar um lugar onde seu bolso possa pagar. Aqui nunca foi pra gente da sua laia. Pobres, feios, miseráveis e mal-educados. Gipóia é pra quem tem classe, cerca elétrica, segurança 24h por dia é necessário (sic) na comunidade onde vc mora. Aqui é o Caribe Carioca, tem a proteção da Marinha do Brasil. Você não vai voltar aqui porque sua cara e de todos que vieram (família) estão estampadas nas pousadas da região por serem suspeitos…”, diz uma das postagens.
As ofensas continuaram: “Escolha um lugar onde seu bolso possa pagar… entre com processos, liminares e afins. Todos os esquerdistas têm essa premissa… Só não se esqueça que o Brasil de 1º de janeiro não é o mesmo do governo passado. Aqui não tem Bolsa Família. Aqui é Angra dos Reis…. vai se tratar. Pobreza e miséria são espíritos vai se libertar (sic)”.


O OUTRO LADO
Por telefone, Henrique de Santana disse à reportagem do DIA que está preparando uma nota oficial, mas admitiu ter escrito as ofensas, veemente contestadas e criticadas na Internet. Ele alegou, porém, que “estava de cabeça quente”. Henrique revelou que, neste domingo, ele também fez um registro de ocorrência na 166ª DP, por suposta calúnia, difamação e falsa denúncia contra Priscila.
“Essa história já foi longe demais. Eu, que também sou negro e abomino o racismo, já constitui advogados para me defender. Tivemos que tirar os sites da pousada do ar, porque comecei a receber até ameaças de morte de internautas. Meu prejuízo já é gigantesco, com o cancelamento de reservas e até eventos, entre eles, dois casamentos”, argumentou, garantindo que, para evitar “maiores transtornos”, deu R$ 40 a Thiago, que teria alegado sumiço do dinheiro de sua carteira, que havia ficado no quarto num dos dias. “Em 19 anos de atividade, a pousada nunca teve problema semelhante”, finalizou.