Em 2016, a canadense Melina Roberge, de 24 anos, foi presa ao desembarcar no porto de Sydney portando 29 quilos de cocaína. Com ela, também foram presos os compatriotas Isabelle Lagace, de 30 anos, que trabalhava como atriz pornô, e Andre Tamine, de 67 anos.
Nesta semana, Melina foi sentenciada a oito anos de prisão. Isabelle, que fez acordo com a promotoria, teve a pena abrandada: 7 anos e meio. O terceiro membro do grupo ainda será sentenciado.

Chamou muita atenção do juíza que cuidou do caso o fato de Melina ter topado participar do tráfico com o objetivo de ficar famosa no Instagram mostrando uma rotina glamourosa a bordo de um transatlântico de luxo MS Sea Princess.

“Ela foi seduzida pelo estilo de vida e pela oportunidade de postar fotos glamourosas no Instagram, de várias partes do mundo”, afirmou a juíza Kate Traill ao proferir a sentença. “Isso destaca a influência negativa que a mídia social tem sobre mulheres jovens”, acrescentou a magistrada de Nova Gales do Sul.
De acordo com o acertado com o recrutador, Melina receberia US$ 100 mil dos US$ 21 milhões do negócio. Mas o que mais animava a garota de programa eram as fotos que ela fazia nas paradas do cruzeiro: Bermuda, Colômbia, Panamá, Equador, Peru, Chile e Taiti.

O plano estava “dando certo”. Em uma suíte da primeira classe, ao custo de US$ 20 mil, Melina curtia os luxos do MS Sea Princess. Ela havia recebido 4 mil euros para gastar durante a viagem. No Instagram, ela documentava a boa vida e sua passagem pelas escalas do cruzeiro de seis semanas.

Até que a droga, que teria entrado no transatlântico durante a escala no Peru, foi descoberta e a vida artificial de Melina no Instagram naufragou.
