A manhã deste domingo (5) foi marcada por uma tragédia que chocou moradores da Zona Norte do Rio. Pedro Henrique Morato Dantas, um feirante de 30 anos, foi assassinado enquanto trabalhava na montagem de uma barraca na Praça Panamericana, na Penha, por um policial militar que estava de folga. O caso, que já gerou revolta nas redes sociais e entre familiares da vítima, está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Militar.
De acordo com testemunhas, Pedro Henrique, natural de Pedro de Toledo, em São Paulo, havia chegado cedo ao local, como fazia todo fim de semana, para auxiliar na feira. No entanto, sua rotina foi interrompida de forma brutal quando um PM fora de serviço, que alegava ter sido assaltado momentos antes, abriu fogo contra ele. A esposa do agente teria apontado Pedro como sendo o autor do suposto assalto.
Familiares da vítima, no entanto, contestam a versão apresentada pelo casal. Segundo relatos de pessoas próximas, Pedro Henrique era trabalhador, não tinha envolvimento com crimes e estava apenas cumprindo suas obrigações profissionais. “Ele estava montando a barraca. Como pode alguém confundir um feirante com um criminoso assim, sem nenhuma prova?”, questionou um parente, visivelmente abalado.
O corpo de Pedro foi levado ao Instituto Médico Legal, no Centro do Rio, e deverá ser sepultado em sua cidade natal, em São Paulo. A comoção entre amigos e colegas de trabalho é grande. Muitos exigem justiça e a responsabilização do autor dos disparos, que, além de militar, estava armado e em um ambiente civil, fora de seu expediente.
A Polícia Militar informou, por meio de nota oficial, que não compactua com qualquer tipo de excesso cometido por seus agentes e que a conduta será investigada com rigor. O PM foi conduzido à Delegacia de Homicídios da Capital, onde prestou depoimento, junto com sua esposa, e passou por exame de alcoolemia.
O caso acende mais uma vez o debate sobre a atuação de policiais fora de serviço e o uso indevido da força. Especialistas em segurança pública alertam para a necessidade de mais rigor na formação e acompanhamento psicológico dos agentes, além de revisão nos protocolos de ação em situações fora do horário de trabalho.
Enquanto a investigação segue, a família de Pedro tenta lidar com a dor da perda e com o sentimento de injustiça. “Ele saiu de casa para trabalhar e voltou morto. Isso não pode ser tratado como um erro. É um crime, e precisa ser punido”, desabafou uma amiga da família.
O caso segue sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios da Capital, que ainda ouvirá outras testemunhas nos próximos dias. A sociedade aguarda respostas e providências concretas para que tragédias como essa não voltem a acontecer.