Policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) fizeram um desabafo sobre a sobrecarga de trabalho dos agentes da unidade de elite da PM do Rio. Eles também criticaram o pouco tempo de descanso e o sucateamento de viaturas durante o velório de Carlos Lucio Neppel de Araújo, de 41 anos, agente do batalhão que morreu em uma operação na manhã deste sábado na comunidade São Jorge, em Engenheiro Pedreira, no município de Japeri, na Baixada Fluminense. Ele foi enterrado com honras militares na tarde deste domingo no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.
O segundo sargento foi atingido no peito. Ele chegou a ser atendido na emergência de um hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Desde 2001 na corporação, o policial era visto como um exemplo de pai, marido e filho.
— Nessa profissão de risco, existem os bons e os maus. Ele era um dos bons! Um herói! — lembrou Maria Conceição, tia da esposa de Carlos.
Em uma rede social, a esposa, Joyce Neppel, fez uma homenagem. Abalada com a perda, ela escreveu: “O homem que escolheu essa magrinha aqui para travar as lutas da vida ao seu lado. Sou mais forte e também sou caveira como você. Obrigada por realizar meu grande sonho de ser mãe de gêmeas e, principalmente, de torná-lo pai. Sei que as fizemos e criamos com todo amor do mundo. Sua magrinha vai bancar a missão! Orgulhosa de você, meu herói. Nosso herói! Te amo desde os 14 e até sempre! Nossa família é linda!”.
Também presente no enterro, Ricardo Ramos de Oliveiro, primo do sargento Adilson Ferreira Rissa Filho (morto no ano passado enquanto estava de folga) cobrou uma resposta do governo estadual para o crescente número de policiais mortos:
— Sentimento é de impunidade. Nada se faz no Rio de Janeiro! Pessoas que estão para garantir a segurança, estão sem segurança. Mais um guerreiro se foi…
POLICIAIS RECLAMAM DA FALTA DE RECONHECIMENTO TÁTICO
Policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) fizeram um desabafo sobre a sobrecarga de trabalho dos agentes da unidade de elite da PM do Rio. Eles também criticaram o pouco tempo de descanso e o sucateamento de viaturas durante o velório do agente do batalhão que morreu em uma operação na manhã do último sábado, na comunidade São Jorge, em Engenheiro Pedreira, no município de Japeri, na Baixada Fluminense. O enterro aconteceu na tarde deste domingo no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.
— Estava demorando para acontecer! Ninguém aguenta pegar 4h de um dia e sair 12h do dia seguinte. Quando vira rotina, os três dias de descanso já não são suficientes — lamentou um PM da unidade.
Outro policial, que pediu para não ser identificado, relatou que, ao contrário do planejamento normal do batalhão em operações, não houve um reconhecimento tático da área antes da ação na Baixada Fluminense, segundo ele, porque se tratou de uma guerra de facções inesperada. A equipe do batalhão não conhecia o local.
Em nota, a Polícia Militar assumiu que ainda sente reflexos da crise financeira do Estado, com a perda de recursos materiais. Mas que, após a intervenção na área de segurança, a corporação está conseguindo colocar novas viaturas nas ruas e realizar a manutenção das antigas e dos blindados.A Assessoria de Imprensa ainda informou que respeita a escala de operações é 24hx72h, adotada pelo BOPE.
Sobre a operação que ocorreu no último sábado (01/09), a PM justificou ter sido uma ação emergencial para restabelecer a segurança em uma área conflagrada pela presença de criminosos.