Filho, cuida da tua mãe. Você vai ser o homem da casa. Eu vou morrer”.
Essas foram as últimas palavras do inspetor Eduardo Freire Pinto Guedes Filho, mais conhecido como Paquetá, 47 anos, que morreu após ser baleado durante uma tentativa de assalto, no Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio, na manhã desta quarta-feira, dia 27 de junho.
Lotado na Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos (Cfae), ele voltava do mercado carregando sacolas de compras e já tinha entrado no portão de sua casa quando foi abordado pelo bandido.
Pelas frestas da porta de ferro, o criminoso apontou uma arma para o policial, que chegou a tirar o cordão para entregar. Atingido no tórax, Paquetá ainda foi socorrido e levado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu.
O assassino fugiu com o comparsa que o aguardava em uma moto.
E tem gente preocupada com a defesa de bandidos: é essa inversão de valores que nos empurra a cada dia mais para o fundo do poço.
Eles sentem-se impunes e imunes.
Não têm vergonha, medo, respeito.
Exibem-se em redes sociais ostentando armas de guerra.
Recebem homenagens como se fossem símbolo ou modelo de algo que mereça ser admirado e/ou seguido.
É preciso resgatar os valores de integridade, honestidade, justiça.
Em 27 dias, junho tem 24 policiais baleados – 8 não resistiram.
E se fosse a sua profissão que tivesse quase uma vítima por dia?
O policial deve correr o risco inerente à profissão, e não viver como se a morte fosse regra – sequer tendo a oportunidade de defesa ou reação.
