Uma declaração recente do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) gerou grande repercussão e críticas nas redes sociais e entre autoridades políticas. Em uma publicação feita em inglês na plataforma X (antigo Twitter), o parlamentar sugeriu que os Estados Unidos poderiam ajudar o Brasil no combate ao tráfico de drogas, citando diretamente a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.
Na postagem, Flávio compartilhou um vídeo publicado por Pete Hegseth, secretário de Defesa dos EUA, que mostrava uma operação militar norte-americana atacando embarcações no Pacífico. Junto à publicação, o senador escreveu:
“How envious! I heard there are boats like this here in Rio de Janeiro, in Guanabara Bay, flooding Brazil with drugs. Wouldn’t you like to spend some months here helping us fight these terrorist organizations?”
(“Que inveja! Ouvi dizer que há barcos assim aqui no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, inundando o Brasil com drogas. Não gostariam de passar alguns meses aqui nos ajudando a combater essas organizações terroristas?”)
A frase foi interpretada por muitos como uma sugestão de ação militar estrangeira em território nacional, o que provocou forte reação. Diversos veículos de imprensa, como Gazeta do Povo, O Tempo e Brasil 247, noticiaram o episódio destacando o tom provocativo e o potencial impacto diplomático da fala.
Apesar das críticas, Flávio não chegou a mencionar explicitamente a palavra “bombardeio” nem pediu que os Estados Unidos violassem o território brasileiro. No entanto, o contexto da postagem — que fazia referência a um vídeo de ataque militar — reforçou a interpretação de que o senador estaria incentivando uma intervenção externa contra o crime organizado no Rio de Janeiro.
Até o momento, não há qualquer indicação oficial de que o governo norte-americano tenha considerado ou discutido o pedido. O comentário foi visto por analistas políticos como uma tentativa de chamar atenção para a crise da segurança pública fluminense, mas também como uma afronta à soberania nacional.
O episódio reacende o debate sobre os limites da cooperação internacional em segurança e o papel das autoridades brasileiras no combate ao tráfico. Enquanto aliados de Flávio afirmam que se tratou de uma “figura de linguagem”, opositores classificaram a atitude como “irresponsável e antipatriótica”.
A publicação permanece no perfil do senador, que até o momento não se retratou nem esclareceu o tom da mensagem.