A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou as três mulheres acusadas de dopar e roubar dois universitários britânicos em um dos cartões-postais mais famosos da cidade: a Praia de Ipanema. O crime, que gerou repercussão internacional, aconteceu após as vítimas conhecerem o trio na noite de sexta-feira (8), durante um passeio pela Lapa, na região central.
De acordo com as investigações, os jovens — ambos de 22 anos e em férias no Brasil — foram abordados pelas suspeitas em um bar e, após conversas e flertes, aceitaram continuar a noite juntos. No caminho, foram induzidos a consumir bebidas que, segundo a polícia, estavam misturadas com uma substância entorpecente conhecida como “boa noite, Cinderela”.
As vítimas relataram que perderam a consciência pouco tempo depois. Já na manhã seguinte, acordaram desorientadas na areia de Ipanema, sem celulares e sem parte dos pertences. Ao verificarem suas contas bancárias, perceberam que haviam sido feitas transferências internacionais que, somadas, chegaram a R$ 110 mil.
As investigações da 14ª DP (Leblon) apontam que as autoras do crime são Amanda Couto, de 23 anos, Mayara Ketelyn, de 26, e Raiane Campos, de 27. O trio já é conhecido das autoridades por atuar em áreas de grande fluxo de turistas, principalmente na Lapa, Copacabana e Ipanema. Elas também frequentam bares e casas noturnas da Zona Sul, sempre em busca de alvos estrangeiros ou pessoas desacompanhadas.
Um detalhe que chamou a atenção dos investigadores é o histórico criminal de Raiane Campos. Em 2024, ela foi presa em flagrante pelo mesmo tipo de crime, também contra um turista. Na ocasião, passou alguns meses detida, mas foi liberada após decisão judicial.
Segundo a polícia, a prática segue um padrão: as criminosas fazem contato inicial de forma descontraída, ganham a confiança da vítima e, no momento oportuno, inserem a substância na bebida. O efeito é rápido e causa sonolência profunda, desorientação e perda parcial da memória, facilitando o roubo e, em alguns casos, transferências bancárias por meio de aplicativos já desbloqueados.
A Polícia Civil já solicitou mandados de prisão preventiva contra as três acusadas e reforça o alerta para que turistas — nacionais e estrangeiros — redobrem a atenção ao consumir bebidas em bares, festas e encontros casuais, especialmente quando estiverem sozinhos.
As autoridades também pedem que possíveis outras vítimas do grupo procurem a delegacia para registrar ocorrência, já que há indícios de que o trio tenha praticado crimes semelhantes nas últimas semanas.
O caso reforça a necessidade de cuidado em ambientes de lazer, onde a sensação de segurança pode ser ilusória diante da atuação de criminosos