Data: 10/07/2025
Atualizado: 10/07/2025
O economista norte-americano Paul Krugman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia e um dos críticos mais contundentes do ex-presidente dos Estados Unidos, voltou a fazer duras críticas a Donald Trump, desta vez por conta da nova tarifa de 50% imposta sobre produtos brasileiros.
Em uma publicação que viralizou nas redes sociais e provocou reações no meio político e econômico, Krugman defendeu abertamente o impeachment de Trump caso os Estados Unidos ainda fossem, em suas palavras, uma “democracia funcional”.
“Se ainda tivéssemos uma democracia que funcionasse, essa jogada contra o Brasil seria, por si só, motivo para impeachment”, escreveu o economista em tom indignado.
A tarifa, anunciada na última segunda-feira (08), foi classificada como uma tentativa de intimidação política por diversos especialistas e lideranças internacionais. Krugman reforçou essa visão e argumentou que a medida não apenas é economicamente irracional, como fere os princípios diplomáticos básicos entre nações soberanas.
“As exportações para os EUA são menos de 2% do PIB do Brasil. Trump realmente imagina que pode usar tarifas para intimidar uma nação enorme, que nem é muito dependente do mercado dos EUA, a abandonar a democracia?”, questionou Krugman.
As declarações do economista foram interpretadas como uma crítica indireta ao apoio dado por aliados de Trump à direita radical brasileira, especialmente em relação à atuação de figuras como Eduardo Bolsonaro, que comemorou publicamente a medida como uma resposta aos “abusos do Supremo Tribunal Federal”.
Nos bastidores, diplomatas brasileiros consideraram o gesto norte-americano um “ataque político disfarçado de medida comercial”, e o governo Lula estuda levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Enquanto isso, o mercado internacional reagiu com cautela. Exportadores brasileiros, principalmente dos setores de aço, carne e celulose — os mais afetados pela tarifa — já preveem perdas bilionárias nos próximos meses.
Krugman, colunista do The New York Times e voz influente entre liberais e progressistas, também alertou que a medida pode isolar ainda mais os EUA na cena global:
“Esse tipo de política externa baseada em retaliação e chantagem pode custar caro aos Estados Unidos. Não é só o Brasil que está observando — o mundo inteiro está”.
A polêmica está longe de terminar, e a pressão por uma resposta institucional dos EUA contra Trump cresce a cada dia.