Uma nova pesquisa realizada pela plataforma de vagas Indeed revelou uma tendência preocupante para o futuro da educação formal: mais da metade da geração Z acredita que investir em um diploma universitário não vale mais a pena. Segundo o levantamento, 51% dos jovens dessa geração afirmam que a faculdade é uma perda de dinheiro, contrastando com 41% dos millennials e apenas 20% dos baby boomers.
O estudo foi realizado com 772 profissionais já formados nos Estados Unidos e aponta para uma mudança significativa na percepção do valor da educação superior. Para muitos jovens, o diploma deixou de ser sinônimo de segurança profissional e financeira, especialmente em um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico, competitivo e focado em habilidades práticas.
Entre os fatores que influenciam essa visão, estão o alto custo dos cursos universitários, a dívida estudantil crescente e o surgimento de novas oportunidades de carreira que não exigem formação tradicional. Áreas como tecnologia, marketing digital, design e empreendedorismo valorizam mais as competências práticas e a experiência do que um diploma formal.
Além disso, a rápida evolução das exigências do mercado faz com que muitos conhecimentos adquiridos durante a graduação se tornem obsoletos em poucos anos. Assim, a geração Z parece cada vez mais inclinada a buscar alternativas como cursos livres, certificações específicas, bootcamps e o autoaprendizado online, que oferecem uma atualização mais ágil e prática.
Apesar desse ceticismo crescente, especialistas alertam que a faculdade ainda pode ter um papel importante, principalmente em profissões regulamentadas como medicina, direito e engenharia. No entanto, fica evidente que o modelo tradicional de ensino superior precisa se reinventar para atender às novas demandas e expectativas dos jovens profissionais.
Enquanto os millennials ainda demonstram certa valorização do diploma universitário, com 41% considerando-o um mau investimento, a diferença entre eles e os baby boomers é ainda mais gritante. Apenas 20% da geração nascida entre 1946 e 1964 compartilha da mesma opinião, o que evidencia uma mudança de mentalidade entre as gerações.
O levantamento do Indeed lança um importante sinal de alerta para instituições de ensino e para o próprio mercado de trabalho: se antes o diploma era quase um passaporte automático para boas oportunidades, hoje ele compete com habilidades práticas, experiências reais e a capacidade de adaptação — características cada vez mais valorizadas pelas empresas.
A questão que fica é: a educação tradicional será capaz de se reinventar para reconquistar a confiança dos profissionais do futuro?