Uma paralisação nacional dos entregadores de aplicativo está causando um verdadeiro apagão nos pedidos de delivery em todo o Brasil. Restaurantes de diversas cidades já sentem o impacto da greve, com uma queda drástica na demanda, chegando a 100% em algumas redes. A mobilização começou nesta segunda-feira (data de hoje) e se estenderá até amanhã.
Os entregadores reivindicam melhores condições de trabalho e um pagamento mais justo. Entre as exigências estão um valor mínimo de R$ 10 por entrega e um adicional de R$ 2,50 por quilômetro rodado. Além disso, a categoria pede a limitação de 3 quilômetros para entregas feitas por bicicleta e o fim do agrupamento de corridas sem compensação financeira, prática que, segundo os trabalhadores, reduz drasticamente seus ganhos.
Para muitos entregadores, a greve é uma forma de pressionar as empresas de aplicativos a reverem um modelo que classificam como “precário e exploratório”. Eles argumentam que, com as taxas atuais e as exigências das plataformas, muitos acabam trabalhando longas jornadas sem uma remuneração adequada. “Fazemos 10, 12 horas por dia para levar um valor que mal cobre os custos com combustível e manutenção da moto”, afirma Rafael Oliveira, entregador de São Paulo.
Nas redes sociais, consumidores e restaurantes expressam preocupação com os impactos da paralisação. Muitos estabelecimentos que dependem do delivery para manter suas vendas já sentem os prejuízos. “Nosso movimento caiu 80% só no almoço. Se continuar assim, teremos grandes perdas financeiras”, relata a gerente de uma rede de fast-food no Rio de Janeiro.
A mobilização levanta novamente o debate sobre as condições dos trabalhadores de aplicativos e a regulamentação do setor. Atualmente, entregadores não possuem vínculo empregatício, direitos trabalhistas ou garantias de remuneração mínima. A categoria afirma que sem mudanças significativas, a precarização do trabalho só tende a piorar.
Até o momento, as empresas de delivery não divulgaram respostas oficiais às demandas dos entregadores. Enquanto isso, restaurantes e consumidores precisarão encontrar alternativas até o fim da paralisação, previsto para amanhã. Resta saber se a mobilização será suficiente para forçar uma negociação e mudanças concretas no setor.